Supremo Tribunal Federal optou por novo julgamento para 12 dos 25 condenados no processo
Manifestantes protestaram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os embargos infringentes (Agência Brasil)
Pouco depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter optado por um novo julgamento para 12 dos 25 condenados no processo do mensalão, a oposição na Câmara dos Deputados criticou duramente a decisão e alegou que ela traz para os brasileiros uma sensação de impunidade. O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), classificou o desfecho dessa etapa do julgamento do mensalão de "nefasta". "É um momento triste, uma página nefasta na história do Supremo Tribunal Federal", disse o deputado. "Frustra milhões de brasileiros, que se sentem desprotegidos", complementou. Nesta quarta à tarde, com o voto do ministro Celso de Mello pela validade dos embargos infringentes, o STF decidiu que terão direito a uma nova avaliação do processo aqueles que tiveram no mínimo quatro votos a favor durante o julgamento realizado no ano passado. Isso contempla o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente do PT, deputado José Genoino, o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e o publicitário Marcos Valério, entre outros. O placar terminou 6 votos a 5 por um novo julgamento. O líder do DEM, para quem a recente decisão "tira a esperança do povo brasileiro", manifestou ainda preocupação de que um novo julgamento resulte na prescrição de crimes e na diminuição das penas impostas aos condenados no mensalão no ano passado. Já para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (SP), a manifestação do STF demonstra "que o país da impunidade é o Brasil". Em nota divulgada pela liderança do partido na Câmara, o deputado classificou ainda a decisão de "duro golpe contra a credibilidade da Justiça". "Como haverá um novo julgamento, que poderá reduzir penas, os deputados condenados vão acabar conseguindo completar o mandato sem uma punição definitiva. As prisões também serão postergadas", disse Bueno. Veja também STF rejeita novo julgamento para ex-presidente do PP Supremo argumentou que ele não tem direito porque foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro Barbosa proclama resultado do novo julgamento Presidente do Supremo proclamou a decisão que admitiu os chamados embargos infringentes Decisão do STF pode frustrar sociedade, aponta PSDB Líder do partido, Carlos Sampaio disse respeitar decisão de Mello, mas pontuou que é contra Salva de fogos é ouvida próximo ao Supremo Celso de Mello deu o voto de minerva que dará novo julgamento para os 12 condenados do mensalão