A Usina Verde de Compostagem funciona na Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas (Kamá Ribeiro)
À medida que o homem aumentou a sua capacidade de intervir na natureza, visando a satisfazer as suas necessidades e desejos, as tensões e conflitos sobre a exploração dos recursos naturais se acirraram. Diante disso, a comunidade internacional se viu obrigada a fortalecer e disseminar uma consciência ambiental, colocando em prática ações concretas voltadas à preservação da vida no planeta. Nesse contexto, Campinas dá o exemplo de uma cidade comprometida com esses valores ao criar a sua Usina Verde de Compostagem, que funciona na Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A boa nova anunciada ontem pelo secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, é que o Ministério da Agricultura emitiu o tão aguardado certificado de registro de estabelecimento à usina campineira, que poderá, agora, licitar e vender o fertilizante orgânico produzido no local. Além disso, outra boa notícia é que a Cetesb concedeu uma licença ao município, aumentando o limite de 100 para 220 toneladas diárias de material recebido na usina.
Em parceria com a Sanasa, Ceasa e IAC, a Prefeitura de Campinas passa a ocupar um lugar de destaque na luta pelo desenvolvimento de uma consciência ecológica ao implantar o sistema de transformação de resíduos orgânicos em fertilizantes naturais, que podem ser utilizados na agricultura em substituição aos adubos sintéticos. Esse processo também contribui para reduzir o aquecimento global, pois o material convertido em adubo natural deixa de gerar gás metano, prejudiciais à camada de ozônio. Além do ganho ambiental que a compostagem proporciona ao reduzir o volume de lixo destinado aos aterros, a transformação de resíduos em adubo orgânico propicia também o fornecimento de ricos nutrientes ao solo, elevando a qualidade da produção agrícola, com produtos mais saudáveis do que os cultivados com fertilizantes industrializados.
Do ponto de vista financeiro, a Usina Verde gera também uma economia de R$ 2 milhões por mês aos cofres públicos do município, com o reaproveitamento do material destinado ao aterro. Agora, com a autorização emitida pelo Ministério da Agricultura os prognósticos para o futuro do sistema são ainda mais promissores. A expectativa é a de que a cidade receba R$ 10 milhões pela comercialização das 50 mil toneladas estocadas, que serão colocadas à venda por licitação, cujo edital deverá ser lançado em 15 dias. Em suma, além de ser uma cidade inteligente, Campinas se consolida na vanguarda da preservação ambiental.