Paciente oncológica durante tratamento em clínica de Campinas: Santa Casa aguarda autorização do Estado para implantar centro de alta complexidade na área (Kamá Ribeiro)
Passada a fase mais aguda da pandemia da covid-19, as autoridades de saúde contabilizam os estragos causados às vítimas de câncer, que tiveram de adiar procedimentos por conta das ações de combate à doença. Uma das maiores preocupações dos gestores públicos e privados concentra-se no represamento de intervenções cirúrgicas e diagnóstico de tumores malignos. Estima-se que a cidade de Campinas deverá somar cerca de 3,5 mil novos casos de câncer neste ano, sendo que esse número deverá alcançar o patamar de nove mil diagnósticos de neoplasias em toda a região administrativa. Diante desse enorme desafio, imposto pela emergência mundial de saúde pública da covid-19, a histórica tríade benemérita e centenária formada pela Santa Casa de Misericórdia, município de Campinas e governo do Estado de São Paulo novamente se articula para oferecer a melhor assistência aos pacientes que necessitam de procedimentos cirúrgico, radioterápico e oncologia clínica, além de transplante de medula óssea e tratamento de doenças hematológicas.
Nesse sentido, o governo paulista acatou uma proposta feita pelos administradores da Santa Casa para colocar em funcionamento uma unidade especializada, destinada a esse tipo de tratamento. A expectativa, agora, é pela emissão do termo de autorização para o início imediato das atividades, dado que o hospital já dispõe de uma equipe preparada e um local ao acolhimento desses pacientes. De acordo com a direção da Irmandade, embora seja cedo para estabelecer uma meta, o cálculo mais aproximado aponta para a recepção de 1,2 mil ocorrências oncológicas ao final do primeiro ano. A área física a ser reservada pela Santa Casa para o atendimento desses casos foi ocupada nos últimos dois anos pelo corpo clínico especializado no socorro aos contaminados pelo coronavírus.
Agora, mais uma vez, o espaço será disponibilizado a outra grande missão - a recepção daqueles que, devido à pandemia, tiveram de postergar tratamentos ou não puderam fazer diagnósticos precoces, fundamentais para aumentar as chances de cura e reduzir a incidência de óbitos provocados por cânceres. Na certeza de que não faltará sensibilidade política e visão das autoridades governamentais em autorizar a implantação de mais uma unidade oncológica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas, a Santa Casa de Misericórdia mantém firme o seu compromisso centenário de prestar o melhor suporte médico e acolher os enfermos, especialmente os mais necessitados.