XEQUE-MATE

Uma tragédia (mais uma)

Jary Mércio
06/04/2023 às 09:26.
Atualizado em 06/04/2023 às 09:26
Ataque a creche mata quatro crianças e deixa várias feridas (Reprodução/TV RBS)

Ataque a creche mata quatro crianças e deixa várias feridas (Reprodução/TV RBS)

O Brasil foi abalado ontem logo de manhã — e prossegue abalado e perplexo — com mais uma tragédia ocorrida em ambiente escolar. Na semana passada, 27 de março, uma segunda-feira, na Escola Estadual Tomásia Montoro, Vila Sônia, bairro da zona oeste de São Paulo, um adolescente de 13 anos matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, ferindo outras três professoras e um estudante. Ontem, um indivíduo de 25 anos pulou o muro de uma creche em Blumenau (SC) e matou a machadinhas quatro crianças e causou ferimentos em outras quatro. 

40 mortos desde 2002

O ataque à creche de Blumenau aumentou para ao menos 40 o número de alunos e professores mortos em atentados a escolas desde o início dos anos 2000. Ao menos 18 casos do tipo foram registrados no período, totalizando mais de 70 feridos. O levantamento é parte de um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal, em dezembro. Não foram identificados casos ocorridos antes de 2002, quando um estudante de 17 anos disparou dentro de uma sala de aula em Salvador.

Precisamos discutir e refletir com profundidade o que está motivando tantos ataques de ódio em nossas escolas

FRASE

“Luiz Rossini (PV), presidente da Câmara de Campinas, em nota oficial em nome da casa

Dezesseis ataques

O levantamento da equipe de transição do governo Lula indica que, até 2022, ocorreram 16 ataques a escolas no Brasil, com 35 mortos e 72 feridos. Somente no segundo semestre do ano passado, foram registrados quatro casos. 

Palavras e atos

O dia de ontem foi também de manifestações de consternações por parte de autoridades públicas e de algumas providências tomadas no calor do momento, talvez como forma de dizer que o estado existe ou que é preciso acreditar nisso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu no Twitter que “não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas”, dirigiu seus “sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida” e autorizou a criação de um grupo de trabalho interministerial para traçar medidas para valorização da cultura de paz e contra a violência no país. Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou um investimento no valor de R$ 150 milhões, destinado a um fundo nacional de segurança pública em escolas a estados e municípios. 

Câmara

Em Campinas, o vereador Luiz Rossini (PV), presidente da Câmara, expressou, em nome da casa, solidariedade “com as famílias vítimas de mais um triste fato ocorrido em unidades educacionais no país na manhã desta quarta-feira”. E destacou que, “nesse momento de dor e aflição, da perda de um filho ou filha, precisamos discutir e refletir com profundidade o que está motivando tantos ataques de ódio em nossas escolas, deixando sequelas irreparáveis.”

Precisamos

Rossini lembrou que “além disso, precisamos garantir, mais do que nunca, segurança para alunos, professores, funcionários, pais e mães, para evitar atos de barbárie como os que estão ocorrendo com frequência tanto no Brasil como no mundo.”

Segurança profissional

Já o vereador Otto Alejandro (PL) protocolou na Câmara um projeto de lei que determina que as escolas públicas e privadas de educação básica tenham serviço de vigilância. “Nossa proposta visa a trazer o mínimo de segurança para as escolas públicas e privadas da cidade para evitar que fatos como esses possam ocorrer em Campinas”, justificou.

Nada justifica

“Profundamente consternado com a notícia do ataque a uma creche de Blumenau (SC), por um homem de 25 anos, que resultou na morte de quatro crianças e mais cinco feridas. Nada justifica tamanha violência e crueldade! Meus mais sinceros sentimentos aos pais, mães e demais familiares das vítimas!”, escreveu o prefeito de Jaguariúna e presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Gustavo Reis.

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