Projeto de requalificação do Pátio Ferroviário de Campinas poderá incluir um espaço para abrigar empresas de tecnologia e inovação (Kamá Ribeiro)
Em meio a um turbilhão de tristes acontecimentos envolvendo a perda de vidas humanas inestimáveis devido às chuvas torrenciais que castigam a região desde dezembro do ano passado, Campinas viveu um dia de contrastes. Se de um lado o prefeito Dário Saadi (Republicanos) seguiu acompanhando pessoalmente a situação dramática provocada pelos temporais, de outro, uma comitiva de secretários municipais anunciou ontem o resultado de uma visita ao município de Porto Alegre, onde conheceu o trabalho desenvolvido pelo Instituto Caldeira, um importante hub de inovação, reconhecido como um dos ecossistemas tecnológicos mais importantes do Brasil. A entidade conquistou o título da 7ª edição do Ranking 100 Open Startups, ficando no top 25 da categoria Top Ecossistema 2022, disputando espaço com outras 216 empresas e instituições.
O Instituto Caldeira funciona numa antiga fábrica e, atualmente, abriga organizações educacionais, empresas residentes, startups locais e internacionais, dispõe de estrutura para eventos e encontros relacionados à educação, além de atuar na formação de jovens da rede pública, selecionando, capacitando e empregando talentos em tecnologia da informação e na chamada nova economia. A comitiva campineira ficou empolgada com o modelo aplicado na capital gaúcha, o que deve servir de inspiração e ser replicado no Pátio Ferroviário. Os pontos em comum entre a experiência dos Pampas e os planos de transformação e resgate do patrimônio histórico ferroviário campineiro são bastante significativos, o que reforça a possibilidade de uma cooperação entre as duas cidades no compartilhamento de projetos focados na revitalização de áreas públicas abandonadas há décadas.
Outra boa notícia foi o sucesso do chamamento público realizado pela Prefeitura visando a doação de serviços de topografia, que servirão ao levantamento planialtimétrico e cadastral da área do antigo Pátio Ferroviário. O procedimento é necessário para a execução de intervenções no local, como a restauração de bens históricos e a implantação de empreendimentos imobiliários. De acordo com a secretária de Planejamento e Urbanismo, Carolina Baracat Lazinho, os trabalhos serão prestados sem gerar qualquer custo ao erário, o que é ótimo num momento de escassez de recursos. Com a conclusão dessa primeira etapa e a troca de experiências bem-sucedidas com outros municípios, a Administração caminha a passos largos e objetivos rumo ao projeto maior de requalificação do Centro de Campinas.