EDITORIAL

Um chamado nacional pela saúde pública

Do Correio Popular
11/10/2022 às 09:56.
Atualizado em 11/10/2022 às 09:56
"Proteja os seus filhos contra a pólio e outras moléstias graves. Atenda aos apelos do governo federal e da Prefeitura de Campinas" (Eduardo Lopes)

"Proteja os seus filhos contra a pólio e outras moléstias graves. Atenda aos apelos do governo federal e da Prefeitura de Campinas" (Eduardo Lopes)

As quedas consecutivas na cobertura vacinal podem fazer com que a poliomielite volte a ser registrada no Brasil. Desde 2015, a proteção contra a doença está abaixo do mínimo de 95% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Campinas, as autoridades sanitárias também estão preocupadas com a fraca adesão à campanha de imunização, que, até agora, conseguiu aplicar doses em apenas 50% do contingente selecionado para receber a vacina contra a doença. Para os especialistas, a falta de compreensão é a principal razão para o fenômeno, denominado "hesitação vacinal", ou seja, quando um imunizante está disponível, mas não é aplicado. Em outras palavras, os pais sentem uma falsa sensação de segurança diante de uma doença que eles nunca viram, como a pólio, que deixou de circular há anos, graças, justamente, às campanhas de vacinação de outrora.

De acordo com a OMS, a partir de 1989 o país zerou os registros de infecção e é considerado livre de transmissão do poliovírus desde 1994. Mas o patógeno se espalha pelo planeta e os riscos são reais. Países com maior imunização que o nosso, a exemplo de Israel e Estados Unidos, registraram casos em 2022. Dados coletados pelo Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz, em 2021, mostraram que a primeira dose da vacina cobriu apenas 67% do público-alvo no país. Os reforços foram ainda menos eficazes, alcançando 52% das crianças. A pólio é transmitida por via oral, por meio do contato com fezes ou gotículas contaminadas de uma pessoa infectada. Uma vez que o vírus entra na corrente sanguínea, ele abre caminho para o sistema nervoso. Os sintomas mais leves são febre, dor de garganta, náuseas, vômitos e constipação. Mas em sua forma grave que afeta, sobretudo, crianças pequenas, a moléstia causa paralisia, geralmente nas pernas.

A erradicação da poliomielite é uma conquista histórica, que passou por surtos ao longo do século XX. Nos anos 50, epidemias graves atingiram várias cidades e, na década seguinte, o país embarcou em uma ação massiva de imunização. Entre 1968 e 1989, 26 mil casos foram registrados. Foi somente a partir dos anos 80 que o governo começou a definir uma data para uma mobilização em massa para vacinar toda a população infantil. Em três anos, a incidência caiu para quase zero. Procure um posto próximo de sua residência e proteja seus filhos contra a pólio e outras moléstias. Atenda aos apelos do governo federal e da Prefeitura de Campinas para esse chamado especial de saúde pública.

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