editorial

Um balanço da construção civil na cidade

Do Correio Popular
17/06/2022 às 19:55.
Atualizado em 18/06/2022 às 09:01
A construção civil - um dos principais termômetros da economia - emite sinais positivos de crescimento em Campinas (Divulgação)

A construção civil - um dos principais termômetros da economia - emite sinais positivos de crescimento em Campinas (Divulgação)

A construção civil - um dos principais termômetros da economia - emite sinais positivos de crescimento em Campinas. A previsão para este ano é de uma alta de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Da mesma forma, a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo confirma essa tendência. Em 2021, foram aprovados 13.956 novos empreendimentos imobiliários na cidade, com um potencial de R$ 9,1 bilhões em Valor Geral de Venda (VGV), sendo que 13.257 são unidades residenciais e 699 destinadas à instalação de atividades comerciais. Nos dois primeiros meses de 2022, a Prefeitura expediu alvarás de construção para 2.492 unidades residenciais e 161 comerciais, somando R$ 735,8 bilhões em potencial de comercialização.

Diante de um cenário macroeconômico desfavorável - agravado pelo movimento de alta dos juros internos, escassez de matérias-primas importadas de países beligerantes e de outros afetados por uma nova onda da covid-19, como no caso da China -, os números apresentados pela construção civil parecem descortinar um horizonte de esperança vindoura. Seria possível, então, afirmar que estamos nos encaminhando para a porta de saída da crise? Analistas são bastante cautelosos ao responder a essa questão e alertam que o momento ainda é de desconfiança quanto à manutenção desses níveis de expansão, dado que o quadro atual de juros altos dos financiamentos imobiliários e os constantes aumentos nos preços dos insumos utilizados pelas construtoras constituem enormes dificuldades e entraves ao desenvolvimento do setor.

O Brasil vem enfrentando severas crises nos últimos quatro anos. As duas maiores são, sem dúvida, a pandemia e a guerra no Leste europeu, que arrastou para o conflito nações que exportam toneladas de produtos primários, incluindo alimentos, utilizados na indústria de transformação. Em consequência disso, o Brasil tornou-se vulnerável a essas instabilidades naturais e geopolíticas, sobre as quais não se pode prevê-las, nem tampouco exercer qualquer tipo de controle sobre elas.

Tanto o governo quanto os empresários sentem os efeitos dessas turbulências e, ato contínuo, aumenta a percepção de que urge reindustrializar o país, sobretudo a indústria de base para reduzir a dependência externa. Com isso, será possível criar as condições necessárias para uma blindagem das cadeias produtivas, evitando, dessa forma, o desabastecimento e a temida escalada inflacionária dos preços dos alimentos e combustíveis. Eis uma boa e necessária pauta a ser incorporada à agenda do próximo governo.
 

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