Um dos novos distritos turísticos — o Circuito das Águas e Flores — abrangerá nove municípios da macrorregião de Campinas (Ricardo Lima)
Recentemente, foi divulgado que nossa região é uma das que mais atrai o turismo no Estado de São Paulo, especialmente aquele relacionado ao turismo de negócios, gerando reflexos e resultados positivos também na estrutura do turismo de lazer. No quesito satisfação do turista, nossa região supera mesmo outras cidades do Estado com notória vocação turística.
Negócios
Essa é uma ótima notícia. A estrutura econômica de nossa região, com as universidades, os centros de pesquisa, as empresas dos polos tecnológicos e as empresas voltadas ao agronegócio, entre outras, já era responsável pela movimentação do chamado turismo de negócios. São pessoas viajando a trabalho, ficando em hotéis, indo a restaurantes e movimentando a economia da região.
FRASE
"O turismo é a maior indústria do mundo."
Martin Parr, fotógrafo britânico
Lazer
Além dos ganhos gerados diretamente por esse turismo principal, que é responsável por cerca de 80% da movimentação do setor em nossa região, o turismo de lazer também se beneficia. Nas horas vagas, as pessoas procuram passeios e aproveitam seu tempo para conhecer as atrações locais. Se a experiência é agradável, podem retornar outras vezes, trazendo a família.
Benefícios
O turismo tem um poder enorme do ponto de vista econômico. Os gastos dos turistas movimentam a economia local gerando uma série de efeitos diretos e indiretos muito positivos. Não só hotéis e restaurantes se beneficiam, mas também toda uma grande cadeia de empresas e fornecedores. O turismo gera renda, empregos e arrecadação de impostos para a região.
Potencial
O Brasil nunca levou o turismo muito a sério, apesar de sua vocação natural. Temos uma enorme riqueza cultural e somos detentores também de grandes riquezas naturais, com enorme extensão de praias, biomas únicos como o Pantanal e a Amazônia, para citar apenas alguns. A despeito de tudo isso, nosso turismo nunca se desenvolveu como poderia.
Saldo negativo
Prova disso é o saldo negativo que temos no turismo internacional. Verificando os dados do Banco Mundial para o turismo internacional em 2019 (último ano antes da pandemia, portanto, o último ano de estatísticas normais no turismo internacional), observa-se uma enorme diferença entre o que os brasileiros gastaram em viagens ao exterior e o que os estrangeiros gastaram em viagens ao Brasil.
Saldo negativo 2
Em 2019, os brasileiros gastaram pouco mais de 21 bilhões de dólares em viagens internacionais de turismo. Nesse mesmo ano, estrangeiros em viagem de turismo ao Brasil gastaram apenas 6 bilhões de dólares. E não se trata apenas de uma diferença de valores, imaginando o caso em que viagens ao exterior são caras e viagens ao Brasil saem mais baratas. É uma diferença de movimentação também.
Chegadas
Em 2019, o Brasil registrou um volume de 6,4 milhões de chegadas de turistas internacionais. Nesse mesmo ano, o México teve 97,4 milhões de chegadas. Sozinha, a cidade de Cancún teve mais chegadas de turistas do que o Brasil todo. O México também é um país em desenvolvimento, que sofre com problemas muito parecidos com os nossos. Pode estar mais perto dos Estados Unidos, sendo um destino mais fácil para os turistas de lá, mas em relação à Europa, a distância é semelhante.
Identidade cultural
Além de um projeto para promover o Brasil no exterior como destino turístico, é preciso valorizar também o turismo interno. É muito bom conhecer os grandes pontos turísticos do mundo, mas também é importante conhecer a própria região. Além de fonte de lazer e diversão, trata-se de uma questão da própria identidade cultural.
Ímpeto
A pandemia trouxe várias restrições ao turismo internacional, dando espaço ao turismo local, realizado em viagens mais curtas, para destinos mais próximos ou ainda dentro da própria cidade ou região. Esperamos que esse ímpeto não passe com as restrições deixando de existir, pois o turismo é capaz de gerar uma enorme fonte de receita e de desenvolvimento, que não pode ser menosprezada.