Trem Intercidades

O projeto do Trem Intercidades (TIC) já tem datas definidas. As obras deverão ter início em 2025 e o sistema deve entrar em operação em 2031. O projeto, que conectará a cidade de Campinas à capital paulista, será feito através de uma Parceria Público Privada estabelecida pelo governo estadual, com investimentos previstos em pouco menos de R$ 13 bilhões. O ente privado será o vencedor de uma licitação internacional, cujas propostas devem ser abertas no dia 28 de novembro deste ano.

Expresso

O projeto compreende a ligação ferroviária entre a estação Cultura, na cidade de Campinas, até a estação da Barra Funda em São Paulo, transportando os passageiros em duas modalidades. A primeira é através de um trem expresso com apenas uma parada intermediária, em Jundiaí, que fará o trajeto todo a uma velocidade média de 100 km/h, mas que pode alcançar até 140 km/h em alguns trechos. A projeção é que a tarifa ao passageiro fique em torno de R$ 64. 

FRASE

"A competição tem se mostrado útil até certo ponto, mas a cooperação, que é pelo que devemos lutar hoje, começa onde a competição termina"

Franklin D. Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos

Intermetropolitano
A segunda modalidade é uma ligação entre Campinas e Jundiaí através de um trem intermetropolitano, com paradas intermediárias em Louveira, Vinhedo e Valinhos. Essa modalidade será realizada com trens operando com velocidades entre 64 km/h e 95 km/h. O preço da tarifa ao passageiro tem previsão para ficar entre R$ 9,60 e R$ 14,60. A versão intermetropolitana deve entrar em operação em 2029. 

Benefícios
Além de proporcionar um novo modal de transporte de pessoas, o projeto trará benefícios também ao transporte de cargas. Atualmente, as linhas existentes que operam na cidade de São Paulo compartilham o serviço de transporte de cargas e de passageiros. Como este último tem a preferência, o transporte de cargas fica restrito a horários alternativos, da meia-noite às quatro horas da manhã, e mesmo assim somente quando as linhas não estão em manutenção. 

Benefícios 2
Além disso, a reativação do transporte ferroviário de passageiros entre Campinas e São Paulo irá revitalizar as áreas das estações e do comércio em seu entorno, fomentando a atividade econômica regional. O transporte ferroviário de passageiros em Campinas é um serviço que há pouco mais de 20 anos deixou de existir, deixando uma grande estrutura existente subutilizada. 

Coordenação
Esse tipo de projeto, que envolve grandes investimentos em infraestrutura, é um exemplo do papel mais importante que o Estado pode desempenhar na economia, que é o papel de coordenação. Por isso o modelo de Parceria Público-Privada é adequado nesse caso. Sem a participação do Estado como coordenador do projeto, nenhum investimento seria feito. 

Risco
Nenhuma empresa reformaria as estações sem a existência das novas linhas. O investimento nas novas linhas não seria feito com as estações em estado de quase abandono. E o projeto é grande demais para uma única empresa privada assumir tudo sozinha. Para reduzir o risco e viabilizar o investimento, a participação e coordenação do Estado é fundamental. 

Falha
Muitos economistas afirmam que um dos principais fatores que atrasam o desenvolvimento é a falta de coordenação econômica. No Brasil, nós já tivemos casos de parques eólicos que foram licitados, construídos e que ficaram prontos, mas que não podiam operar porque não havia linha de transmissão. Como eram projetos que foram licitados, as usinas receberam normalmente durante muitos meses e quem pagou a conta fomos nós, consumidores. 

Coordenação 2
Entre os fatores que impulsionam o desenvolvimento estão a necessidade de coordenação entre os agentes econômicos e a formação de expectativas. Em projetos complexos e de grande porte, que dependem de várias participações, é necessário existir uma coordenação entre as partes, para que as iniciativas individuais possam ser realizadas e os investimentos possam existir, produzindo resultados.