Reflexão (Divulgação)
Passada a celebração do Dia Internacional da Mulher, uma reflexão se faz necessária sobre o persistente gap socioeconômico entre homens e mulheres e o impacto dessa disparidade na sociedade como um todo. Este dia, com origens que remontam às lutas femininas no início do século XX por direitos trabalhistas e sufrágio, serve hoje não apenas para honrar essas conquistas, mas também para iluminar as batalhas que ainda precisam ser vencidas.
Representação
A realidade do Brasil e do mundo é que, apesar dos avanços, as mulheres continuam a enfrentar desigualdades marcantes em várias esferas da vida. Apesar de formarem mais da metade da população brasileira (51,5%), as mulheres ainda se encontram sub-representadas tanto em cargos políticos quanto de liderança nas empresas. Esta disparidade não apenas fere o princípio da equidade, mas também subutiliza um valioso recurso humano em posições de tomada de decisão.
FRASE
"As mulheres são a espinha dorsal da economia global, e quando elas são valorizada se apoiadas,toda a sociedade se beneficia".
Kristalina Georgieva, Diretora-Geral do FMI
Remuneração
A disparidade salarial persiste como um símbolo da desigualdade de gênero. De acordo com o IBGE, a remuneração média recebida pelas mulheres corresponde a 78% da remuneração média recebida pelos homens. Este gap não é apenas uma questão de injustiça econômica; é também uma barreira ao desenvolvimento econômico, pois limita o potencial de consumo e de poupança de mais da metade da população.
Jornada Dupla
Além disso, a alocação desigual do tempo dedicado a tarefas domésticas e cuidados com a família perpetua estereótipos de gênero e impede que muitas mulheres busquem oportunidades melhores no mercado de trabalho. Em média, as mulheres brasileiras dedicam 21 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados de familiares. Os homens brasileiros, ao contrário, dedicam em média apenas 11 horas semanais a essas atividades.
Legislação
A regulamentação de direitos trabalhistas específicos para as mulheres, especialmente aquelas que equilibram o trabalho remunerado com responsabilidades domésticas, pode oferecer uma base para a diminuição dessas desigualdades. Tais políticas poderiam endereçar especificamente a sobrecarga de trabalho doméstico e a necessidade de melhor suporte para mães trabalhadoras.
Educação e Cultura
No entanto, a simples existência de leis não garante sua eficácia na prática. A implementação e fiscalização efetiva são fundamentais, assim como a criação de uma cultura organizacional e social que valorize verdadeiramente a igualdade de gênero. Além disso, a educação continua sendo uma ferramenta poderosa para desmantelar preconceitos de gênero e promover uma sociedade mais equitativa, que reconheça o valor e as capacidades de todos, independentemente do gênero.
Adolescência
A gravidez na adolescência permanece um grande problema. Na região Sudeste, de cada 100 adolescentes, 5 ficarão grávidas antes dos 19 anos. A maternidade também oferece desafios para a vida profissional. Considerando mulheres na faixa dos 25 a 40 anos, sem filhos, 67% delas tem uma ocupação formal. Esse percentual cai para 55% para mulheres da mesma idade, mas que possuem filhos de até 3 anos.
Custo
O custo da desigualdade de gênero é compartilhado por toda a sociedade, e não somente pelas mulheres. Ele se manifesta em termos econômicos e também no potencial humano não realizado e nas oportunidades perdidas para o progresso social. O desenvolvimento pleno de uma sociedade só pode ser alcançado quando homens e mulheres tiverem as mesmas oportunidades para contribuir.
Desafios
Enquanto celebramos as conquistas das mulheres através dos tempos, também nos comprometemos a enfrentar os desafios remanescentes. Fazemos isso não apenas em nome da justiça e igualdade, mas também pelo bem-estar e prosperidade de toda a nossa sociedade. O caminho à frente ainda é longo e requer a participação e o comprometimento de todos, mas as recompensas são inestimáveis.