XEQUE-MATE ECONOMIA / POR ESTÉFANO BARIONI

Resultados Regionais

Estéfano Barioni
16/08/2022 às 11:18.
Atualizado em 16/08/2022 às 11:18
Desempenho econômico regional (Reprodução)

Desempenho econômico regional (Reprodução)

Todos sabem que o Brasil é um país composto por diversos "Brasis" muito diferentes entre si. A realidade na região Sudeste é bem diferente daquela que existe na região Nordeste. Se, do ponto de vista sociocultural, as diferenças regionais devem ser preservadas, pois contribuem para a diversidade e o enriquecimento da cultura brasileira, do ponto de vista do desempenho econômico as diferenças não possuem esse lado positivo. 

Crescimento

Obviamente cada região irá explorar atividades econômicas diferentes de acordo com suas características individuais e conforme sua disponibilidade de recursos, mas desempenhos econômicos muito diferentes são nocivos ao país. Nenhum crescimento econômico sustentável pode ser mantido através da criação de ilhas de riqueza e prosperidade, contrastadas com regiões de escassez e pobreza. Por isso o monitoramento do desempenho econômico regional é importante. 

FRASE

“Não julgue cada dia pela colheita realizada, mas pelas sementes que foram plantadas."

Robert Louis Stevenson, escritor escocês

PIB

No primeiro trimestre deste ano, o Brasil teve um crescimento de 1% no PIB em relação ao último trimestre de 2021, superando as expectativas iniciais. No entanto, esse crescimento foi desigualmente distribuído pelas regiões do país. As regiões Nordeste e Sudeste foram as que mais cresceram, com aumentos do PIB de +1,8% e +1,7%, respectivamente. O Centro-Oeste teve crescimento de 0,7%.

PIB 2

Por outro lado, as regiões Sul e Norte apresentaram retração econômica no primeiro trimestre, com variação de -2,8% e -0,2% respectivamente. O mau desempenho da atividade econômica na região Sul foi ocasionado por condições climáticas adversas, como o forte calor e uma estiagem intensa, que prejudicaram a produção agrícola, especialmente no caso da soja e do milho. 

Indústria

Na produção industrial, as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram crescimento, enquanto houve pequena retração na região Norte e quase estabilidade no Sul e no Centro-Oeste. O crescimento foi impulsionado especialmente pelo setor de alimentos e, no caso do Nordeste, também pelo setor de derivados de petróleo. No Norte, o mau resultado da indústria foi causado pelo fraco desempenho da indústria extrativa.

Comércio e Serviços

No setor de comércio houve expansão da atividade em todas as regiões do Brasil, com exceção do Nordeste. Já no setor de serviços, todas as regiões, sem exceção, apresentaram aumento da atividade. No Sudeste, o setor de serviços registra variação positiva desde junho de 2020. Ou seja, já são sete trimestres consecutivos de expansão do setor de serviços na região Sudeste. 

Emprego

O mercado de trabalho também registrou expansão em todas as regiões no primeiro trimestre de 2022. O número de empregos formais registrou alta de 1,4% no Brasil, com fortes altas no Norte e no Centro-Oeste. Com exceção do Nordeste, todas as demais regiões encerraram março com a menores taxas de desocupação dos últimos seis anos. 

Balança Comercial

O Brasil obteve melhores resultados na balança comercial em relação ao primeiro trimestre de 2021, principalmente por conta do aumento dos preços das commodities. Os resultados foram ocasionados pelo aumento no valor das exportações agrícolas do Centro-Oeste e de petróleo do Sudeste. Por outro lado, houve queda nas exportações do Norte devido à redução no preço e na quantidade exportada de minério de ferro. O aumento das importações de combustíveis também reduziu o resultado do Nordeste. 

Inflação e Perspectivas

A inflação também foi ligeiramente diferente nas regiões brasileiras. No primeiro trimestre do ano, o IPCA teve alta de 3,73% no Brasil, com variações regionais de 3,87% no Sul e 3,51% no Nordeste. Índices mais regionalizados do que o IPCA mostrariam diferenças ainda maiores. Para o restante do ano, há perspectiva de crescimento econômico mais uniforme, sustentado pelos novos estímulos ao consumo como o Auxílio Brasil, além dos saques extraordinários do FGTS e também o 13° salário.

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