Conjunto de medidas anunciadas pela Prefeitura de Campinas tem por objetivo assegurar a melhoria da rede municipal de saúde, alvo de críticas da população (Gustavo Tilio)
Ultrapassada a fase mais aguda da pandemia, que continua em curso no planeta, porém em uma etapa mais controlada graças às vacinas contra a covid-19, a Prefeitura de Campinas concentra-se agora em recompor os setores do serviço público mais esgarçados pela exaustão no combate a esta terrível doença, que dizimou milhares de pessoas e ainda continua a fazer vítimas. Indubitavelmente, os profissionais da saúde foram os mais desgastados, à medida que, para salvar vidas, colocaram em risco a sua própria saúde expondo-se ao vírus e submetendo-se a graus extremos de estresse na linha de frente de atendimento aos infectados pelo coronavírus. Nos piores momentos, grande parte da população foi acolhida pelo trabalho árduo, a coragem e o comprometimento heroico de médicos, enfermeiros, técnicos e demais servidores que atuavam nos hospitais e unidades do município.
Com vistas a suprir o quadro de profissionais, combalido na guerra contra a covid, a Prefeitura mostra-se sensível ao problema e disposta a reforçar as fileiras de atendimento. Assim, foi anunciado um pacote de medidas para ampliar a rede municipal. Para isso, um concurso visando a seleção de novos médicos de diversas especialidades segue em andamento. Adicionalmente, Campinas planeja aumentar a remuneração desses agentes por meio de ajuste de produtividade e credenciar instituições para suprir a ausência de médicos concursados, que porventura estejam usufruindo licença-saúde prolongadas, principalmente por conta das contaminações pela covid e outras síndromes respiratórias agudas graves. Em março deste ano, os afastamentos por motivos como esses chegaram a 30% do grupo de servidores.
A decisão de promover uma seleção externa para a contratação de 70 médicos para compensar a considerável perda de profissionais por exonerações e aposentadorias foi bastante acertada. Por outro lado, o prefeito Dário Saadi - que também é médico e conhece profundamente os meandros da administração hospitalar - está preocupado em estancar a fuga de recursos humanos ao setor privado, que normalmente oferece salário superior ao fixado pelo município. Sendo assim, o subsídio pago a esses especialistas pode chegar a R$ 15,4 mil, somando-se o salário-base, mais o prêmio de produtividade, além do auxílio-alimentação de R$ 1.350,00. Com essas ações, a Prefeitura espera enfrentar os grandes desafios impostos pela pandemia no atendimento à saúde pública.