Escola Municipal de Ensino Fundamental Geny Rodrigues, no bairro São Bernardo: Dário comemora clima mais leve entre estudantes na cidade (Alessandro Torres)
A violência nas escolas e a busca de ações e estratégias para evitar que se repitam os episódios trágicos acontecidos recentemente em unidades escolares de São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Manaus, são hoje o assunto mais discutido e que mais mobiliza a sociedade brasileira, embora talvez não tanto quando deveria. Nesta terça-feira, o governo federal anunciou um pacote de R$ 3 bilhões em apoio a ações de combate a essa doença, para variar, importada — não é preciso dizer de onde — e anabolizada pelas redes de ódio que passaram a vicejar no país nos últimos anos. Mas o presidente Lula, ontem, fez questão de dizer: não é dinheiro que vai resolver, é preciso que toda a sociedade se engaje, que ninguém fique de fora na luta contra a violência.
Para além do senso comum
Em Campinas, a Comissão Permanente de Educação e Esporte da Câmara Municipal faz, às 14 horas desta quinta-feira, uma reunião ordinária sobre o assunto. “Para debatermos a violência nas escolas é fundamental irmos para além do senso comum das propostas conservadoras e dos lobbys para contratação de seguranças privados. Esse tema deve ser avaliado a partir de causas mais profundas e do contexto político, econômico e social”, diz a presidente da Comissão de Educação, vereadora Guida Calixto (PT).
FRASE
"Só se pode preservar a liberdade de expressão regulando-a para que não seja usada de maneira abusiva"
Flávio Dino, ministro da Justiça, no lançamento de pacote de R$ 3 bilhões de ajuda ao combate à violência nas escolas, nesta terça-feira, em Brasília
Perspectivas de futuro
Guida pontua que é preciso construir perspectivas de futuro para a juventude e para a população. “Para que isso ocorra, é preciso que haja o enfrentamento das enormes desigualdades sociais existentes”, diz. Também integram a comissão os vereadores Marcelo Silva (PSD), Gustavo Petta (PCdoB), Debora Palermo (Podemos) e Edison Ribeiro (União). Além deles, devem participar dos debates Telma Vinha, da Faculdade de Educação da Unicamp, e Leonardo Sacramento, do Instituto Federal de São Paulo. A reunião, aberta ao público, será no plenário da Câmara.
Irmãos e escola
A Comissão Permanente de Constituição e Legalidade da Câmara, presidida pelo vereador Professor Alberto (PL), se reúne às 16h30 desta quarta-feira para debater e votar pareceres de seis projetos que estão em tramitação na casa. Está na pauta a avaliação do parecer da vereadora Mariana Conti (PSOL) em relação ao projeto de lei do vereador Marcelo Silva (PSD) que estabelece que o poder executivo deverá dar prioridade a matrículas de irmãos em uma mesma escola da rede municipal.
Prioridade
A proposta determina que a prefeitura terá de garantir a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar a prioridade na matrícula ou na reserva de vagas na mesma escola municipal mais próxima da residência da família, desde que a unidade onde um dos irmãos já esteja matriculado ofereça a etapa ou o ciclo escolar do outro irmão.
Intervenções hostis
Também entre os pareceres previstos para votação está outro de autoria de Mariana, em relação a projeto da vereadora Guida Calixto (PT) que veda o uso de construções e intervenções hostis nos espaços públicos de livre circulação em Campinas. São considerados “hostis”, segundo o projeto de lei, equipamentos urbanos como espetos e pinos metálicos pontiagudos; pavimentações irregulares, plataformas inclinadas; pedras ásperas e pontiagudas; bancos sem encosto, ondulados ou com divisórias; regadores, chuveiros e jatos d'água; cercas eletrificadas ou de arame farpado; muros altos com cacos de vidro, entre outros dispositivos.
Errata
A coluna publicou, erroneamente, na edição de ontem, a sigla partidária do vereador Paulo Bufalo como sendo o Partido dos Trabalhadores (PT). O vereador campineiro é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSol)