EDITORIAL

Planejando os próximos 100 anos do IAC

Do Correio Popular
27/06/2022 às 22:05.
Atualizado em 28/06/2022 às 09:02
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) (Divulgação)

Instituto Agronômico de Campinas (IAC) (Divulgação)

O popular feijão carioquinha é uma "invenção", por assim dizer, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que celebrou ontem 135 anos de história e contribuição voltada à pesquisa agrícola. O feijão-carioca tornou-se um dos ícones do centenário instituto fundado por Dom Pedro II em 1887, que ajudou a impulsionar a economia cafeeira paulista, graças aos seus trabalhos científicos. Assim como a Embrapa - outra importante instituição de estudos no campo -, o trabalho desenvolvido pelo IAC é uma prova incontestável de que o desenvolvimento econômico e a ciência devem evoluir conjuntamente, de modo que o sucesso e o resultado econômico dependem diretamente do investimento feito em pesquisa. Sendo assim, o IAC ampliará, nos próximos anos, as parcerias com o setor privado para desenvolver iniciativas baseadas nas necessidades dos mercados emergentes e aumentar a proximidade entre a produção agropecuária e o desenvolvimento social sustentável. Com esse modelo de gestão, o IAC espera lançar as bases para os próximos 100 anos.

Como era esperado, o centenário instituto anunciou mais um lançamento agrícola na festa dos seus 135 anos: a "invenção", desta vez, é uma variedade de erva-cidreira, com grande potencial agroindustrial. Desde o século X, a planta faz sucesso pelo mundo todo, sendo utilizada como calmante pelos árabes para aliviar a depressão e reduzir a ansiedade. A história mostra que a erva-cidreira é usada há mais de dois mil anos e que o seu chá é um dos mais apreciados no planeta. Os gregos a denominaram como "erva do mel de abelha", pois, segundo a lenda, o nome "Melissa" é uma homenagem à Melona, protetora das abelhas.

A nova variedade é inédita no Brasil e mundo. Ela é resultado de melhoramento genético e teve a pesquisa motivada pelo atendimento a diversos segmentos da indústria. Segundo o IAC, a expectativa com a nova cultivar é a de atender ao crescente mercado de plantas aromáticas e medicinais, chá e óleos essenciais.

O lançamento da nova erva-cidreira é um exemplo concreto do trabalho de direcionamento da pesquisa às demandas da sociedade. O sucesso desse modelo mostra que é preciso aumentar as parcerias com o setor privado para o atendimento dessas demandas, seguindo uma tendência mundial. Essas novas cultivares mostram a força e a competência dessa instituição na geração e transferência de tecnologias, que contribuem com diversos segmentos agrícolas de São Paulo e do Brasil. Parabéns, Instituto Agronômico de Campinas!

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