editorial

Pegadinhas e arapuca no pátio da Emdec

Do Correio Popular
27/05/2022 às 20:29.
Atualizado em 28/05/2022 às 11:17
O cidadão enfrenta uma "arapuca" no Pátio de Recolhimento da Emdec (Kamá Ribeiro)

O cidadão enfrenta uma "arapuca" no Pátio de Recolhimento da Emdec (Kamá Ribeiro)

Se não bastasse a abominável "pegadinha" dos limites de velocidade máxima permitida nas vias públicas de Campinas - com mudanças bruscas que variam de 70 km, 60 km a 40 km, como ocorre no Túnel Joá Penteado e em outras avenidas; se não bastasse a prática execrável de camuflar radares mal sinalizados e com placas de advertência a menos de um metro de distância, que elevam o risco de acidentes nesses locais, a exemplo da Avenida Heitor Penteado; não bastasse tudo isso, a moda agora é tungar o bolso do cidadão com mais uma obscena "pegadinha": faixas amarelas pintadas no chão liberando o estacionamento, com uma placa indicando o seu término afixada logo a dois metros do local. Essa prática desavergonhada pode ser constatada no início da Rua Benjamin Constant, no Centro, bem como em centenas de outras esquinas.

O lado mais cruel dessa modalidade de "pegadinha" é o de que o motorista, além de pagar multa, é penalizado com o guinchamento de seu veículo, o que lhe acarreta um prejuízo bem maior. O cidadão incauto que cai nessa cilada terá que enfrentar uma "arapuca" no Pátio de Recolhimento da Emdec: três financeiras, de bandeiras diferentes, são apresentadas como opção para que o penalizado pague a multa, o serviço e demais taxas necessárias à retirada do veículo. O pior vem agora: àqueles que não possuem recursos reservados para essas "surpresas" - o que seguramente é o caso da maioria das pessoas - há a opção de parcelar o valor no cartão de crédito, com juros que vão de 4,74% a incríveis 35,42%. Agora, pasmem! Mesmo à vista, no cartão de débito, há uma cobrança absurda de uma taxa de 1,5%, o que é uma indignidade com o povo campineiro.

Questionado pelo nosso jornal, o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, fez várias considerações a respeito, que nos trazem mais preocupações. Ele justificou que está há apenas cinco meses no cargo e precisa de mais tempo para acabar com as "pegadinhas" de distorção de sinalização no solo. Sobre a "pegadinha" do radar, alega que depende de uma "canetada" do prefeito Dário Saadi (empregou esse termo) para resolver a questão, embora reitere que o famigerado Código de Trânsito Brasileiro (CTB) permite essas variações de velocidade. Indagado sobre a atuação das financeiras no Pátio, alegou ignorar o assunto, dizendo "vou ver isso", sempre sob a justificativa de estar há "apenas" cinco meses à frente da Emdec. Relembrando a polêmica passagem de seu antecessor, Carlos Barreiro, mostrou o seu descontentamento e da maioria dos funcionários com essa desastrosa situação.
 

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