editorial

Os riscos no trânsito sobre duas rodas

Do Correio Popular
09/05/2022 às 20:54.
Atualizado em 10/05/2022 às 08:10
Os condutores de aplicativos e demais profissionais autônomos estão sendo alvo de ações especiais de segurança pública (Kamá Ribeiro)

Os condutores de aplicativos e demais profissionais autônomos estão sendo alvo de ações especiais de segurança pública (Kamá Ribeiro)

A deterioração do ambiente econômico do país, a redução dos empregos com registro em carteira, as mudanças na legislação trabalhista e a pandemia da covid-19 inflaram uma categoria de trabalhadores informais que, desprotegida de salvaguardas legais de outrora, tornou-se protagonista de algumas das mais preocupantes mazelas urbanas a ocupar a agenda das autoridades. Os condutores de aplicativos e demais profissionais autônomos, que atuam nesse nicho, estão sendo alvo de ações especiais de segurança pública, como a "Operação Sufoco", deflagrada pelo governo do Estado, para conter a onda de crimes praticados por falsos entregadores.

Embora não seja o foco dessa ação das forças de segurança pública, bandidos disfarçados de motoristas de aplicativo também contribuem para aumentar a sensação de insegurança da população, agravada após o retorno das atividades econômicas no pós-covid.

Além do aumento da criminalidade envolvendo falsos entregadores de comidas rápidas - que motivou a vinda da Rota a Campinas para intensificar o combate a essas quadrilhas - a proliferação de motocicletas na cidade produziu também sérios transtornos ambientais, como a poluição sonora causada pelos escapamentos abertos e do ar com a emissão de poluentes por conta de motores desregulados. Esse fenômeno urbano tem sido a causa de uma elevação no número de mortes no trânsito nos últimos seis anos em Campinas. O alerta vem da Prefeitura, por meio da campanha Maio Amarelo, cujo objetivo é sensibilizar para a redução dos óbitos em sinistros nas ruas e avenidas da cidade. Segundo dados oficiais, 151 pessoas perderam suas vidas em 144 acidentes registrados em 2021, o mesmo número de pessoas mortas em acidentes de trânsito ocorridos em 2015. Os motociclistas são as maiores vítimas e correspondem a quase a metade dessas ocorrências.

Outrossim, diante de tantos problemas causados pela circulação de motos na cidade, é preciso lembrar que em cima das garupas existem trabalhadores honrados e dignos que, ao perderem os seus empregos na pandemia, encontraram uma alternativa nessas atividades para batalhar pelo sustento de suas famílias. Por outro lado, os que se misturam covardemente em meio à categoria de entregadores para praticar crimes deveriam ouvir o ultimato feito pelo governador Rodrigo Garcia, que determinou uma atuação rigorosa das forças de segurança para interromper essa onda de assaltos e homicídios no Estado.
 

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