EDITORIAL

Os desafios na concessão de capital de giro

Do Correio Popular
22/09/2022 às 13:27.
Atualizado em 22/09/2022 às 13:27
Prefeitura de Campinas (Divulgação)

Prefeitura de Campinas (Divulgação)

Sensível aos efeitos das medidas de distanciamento social, que a Prefeitura de Campinas foi obrigada a tomar durante a pandemia para proteger a população contra a covid-19, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) lançou em junho do ano passado o programa de fomento ao capital de giro chamado "Recomeça". O nome escolhido para batizar essa linha de crédito simboliza o objetivo de conceder um suporte financeiro aos microempreendedores, microempresas e empresas de pequeno porte neste difícil período de retomada das atividades econômicas, após sucessivos prejuízos causados pelo coronavírus. Decorridos seis meses de operação, chegou a hora de fazer ajustes importantes, diante do resultado insatisfatório obtido com o desembolso formalizado até o momento. 

De acordo com especialistas do mercado de crédito empresarial, as principais razões observadas para a recusa da concessão de capital de giro e financiamento são a negativação de débitos anteriores nos órgãos de proteção, garantias e avalistas insuficientes, dificuldade de declarar o faturamento real - muitos costumam misturar a contabilidade da empresa com a pessoal -, ausência de planejamento financeiro e endividamento bancário excessivo. Esses fatores somados, quando avaliados pelos bancos, podem impactar negativamente o limite estabelecido, ao ponto de inviabilizar o volume de recurso solicitado pelo empresário.

Em tempos de crise, torna-se vital a oferta de linhas de crédito com pouca burocracia, taxas de juros baixas e prazo de carência para o pagamento das prestações. O problema é que, mesmo com a disponibilidade de modalidades de empréstimo com essas características, como a do Recomeça, as instituições financeiras esbarram no elevado grau de informalidade e falta de organização em que se encontram os MEIs, resultando na inevitável reprovação dos pedidos, a exemplo do que vem constatando a Secretaria de Finanças nestes primeiros seis meses de funcionamento.

Assim, é preciso capacitar o pequeno empresário para que encare o seu negócio profissionalmente, assimilando técnicas de planejamento financeiro, fluxo de caixa, compreensão do ciclo de vida do produto ou serviço, presença digital, práticas sustentáveis e ampliação contínua de conhecimentos em seu ramo de atuação. Diante disso, o prefeito Dário Saadi tomou a decisão correta em determinar ajustes nas condições do programa, de modo a reforçar o atingimento das metas estabelecidas.

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