editorial

Os desafios da segurança alimentar

Do Correio Popular
31/05/2022 às 19:48.
Atualizado em 01/06/2022 às 08:47
A reportagem do nosso jornal acompanhou a venda e distribuição de refeições na periferia de Campinas (Diogo Zacarias)

A reportagem do nosso jornal acompanhou a venda e distribuição de refeições na periferia de Campinas (Diogo Zacarias)

Em funcionamento há duas décadas, o programa de segurança alimentar do governo do Estado de São Paulo - que oferece refeições balanceadas e saudáveis, de alta qualidade a um custo bastante acessível à população em geral, especialmente aos mais vulneráveis e em situação de rua, consolidou-se como um importante instrumento para amenizar a fome na Capital e Interior paulista. A reportagem do nosso jornal acompanhou a venda e distribuição de refeições na periferia de Campinas. As marmitas são distribuídas em unidades móveis que circulam em alguns dos bairros mais atingidos pela crise econômica, desemprego, inflação e os enormes desafios impostos pela pandemia da covid-19.

Na última distribuição, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico - instância do governo que administra esse programa de segurança alimentar - informou que 300 marmitas foram vendidas ou distribuídas, gratuitamente, a moradores em situação de rua e crianças até seis anos no Residencial Sirius, distrito do Campo Grande. O caminhão permanecerá no local até agosto, quando será transferido a outro bairro, onde ficará mais dois meses e, assim, sucessivamente. Conhecido por funcionar de segunda a sexta em pontos fixos - com o café da manhã servido das 7h às 9h, almoço às 10h30 preferencialmente para idosos e às 11h ao público em geral, e jantar a partir das 17h -, a versão itinerante do programa foi criada para atender as pessoas que moram em locais distantes e não dispõem de condições financeiras suficientes para se deslocar até o Centro. Com isso, uma parcela da população, que sofre das mazelas da fome, miséria e desemprego, pode ter as suas necessidades alimentares atendidas pelo poder público.

Vale lembrar que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um prazo para acabar com a fome no planeta. O prazo fixado é o ano de 2030. Até lá, os governos e sociedade civil devem aplicar ações de mitigação dessa grave situação, que mata e afeta a qualidade de vida de milhões de pessoas. O termo "segurança alimentar" surgiu logo após a 1ª Guerra Mundial e, no Brasil, é um direito social fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional 64/2010, que incluiu a alimentação em seu 6º artigo. Será que com tantas calamidades será possível atingir essa meta ambiciosa daqui a oito anos? Com incontáveis desafios e obstáculos, a resposta é incerta. Contudo, programas como este do governo paulista podem contribuir para amenizar o problema e cooperar com a busca desse objetivo.

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