EDITORIAL

Os 149 anos do Colégio Culto à Ciência

Do Correio Popular
12/04/2022 às 20:15.
Atualizado em 13/04/2022 às 08:22
A Escola Estadual Culto à Ciência, da rede estadual de ensino, está prestes a completar um século e meio de existência (Kamá Ribeiro)

A Escola Estadual Culto à Ciência, da rede estadual de ensino, está prestes a completar um século e meio de existência (Kamá Ribeiro)

Na segunda metade do século XIX, um grupo de maçons, obreiros da centenária Loja Maçônica Independência, fundou uma instituição de ensino particular em Campinas, sustentada pelas três colunas denominadas "Sabedoria, Força e Beleza", e pelo lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Assim, nascia a então Sociedade Culto à Ciência, atualmente Escola Estadual Culto à Ciência, da rede estadual de ensino. Prestes a completar um século e meio de existência, a escola comemora 149 anos do lançamento da sua pedra angular. Mais do que um elemento de sua construção física, ele simboliza o alicerce dos princípios que transformaram o colégio em uma referência da educação campineira e brasileira. O Culto à Ciência é a instituição educacional mais longeva do Brasil, um patrimônio cultural, educacional e social da cidade.

Personalidades da história nacional frequentaram as salas de aula do Culto à Ciência, entre eles, o grande Alberto Santos Dumont, o pai da aviação. Nomes de famosos também estiveram na lista de matriculados, como o do escritor Antônio Mendonça de Barros, ator Carlos Zara, cantor e compositor Cláudio Nucci, apresentador de TV, Fausto Silva, poeta Guilherme de Almeida, jornalista Júlio de Mesquita e atriz Regina Duarte. Quatro ex-prefeitos da cidade também se formaram no Culto: Raphael de Andrade Duarte, Francisco Amaral, Edvaldo Orsi e Jonas Donizette. Outra personalidade histórica fundamental ligada ao colégio é Manuel Ferraz de Campos Sales, que foi o terceiro presidente da província de São Paulo - cargo hoje equivalente a governador de estado -, de 1896 a 1897, e quarto presidente da República, entre 1898 e 1902.

Fundado no período Imperial, o Culto à Ciência nasceu sob os auspícios do ideal da República, que começava a ganhar força em todo o país. Assim, Campos Sales - que ocupou o cargo de secretário do colégio - proferiu um discurso épico no dia da sua inauguração, antecipando o tom republicano, que inspirou o modelo educacional implantado na época.

"Não se espere, pois, indolente, pela ação oficial. Que o povo se associe para educar o povo", proferiu o ex-presidente Campos Sales. Com a Proclamação da República, em 1892, a sociedade particular mantenedora do Culto à Ciência foi dissolvida e seu patrimônio transferido à Câmara Municipal de Campinas, que assumiu o compromisso de patrocinar a instrução pública, compromisso esse hoje atribuído ao governo do Estado. Parabéns, Culto à Ciência, patrimônio de Campinas!
 

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