Seu Laurival Antonioli, de 77 anos, que se orgulha de já ter plantado mais de mil árvores em Campinas (Gustavo Tilio)
A edição deste sábado (9) da série de reportagens alusivas ao prêmio RAC e Sanasa de Responsabilidade Ambiental conta a história de um homem abnegado pelo seu trabalho de preservação da natureza, o que lhe confere uma áurea de grandeza e espírito altruístico. Estamos falando do seu Laurival Antonioli, de 77 anos, que se orgulha de já ter plantado mais de mil árvores em Campinas. O seu exemplo serve de inspiração a outras pessoas, empresas, organizações e governos. A pressão internacional para proteger as últimas reservas florestais e recuperar as devastadas pela ação predatória do homem tem sido cada vez mais intensa. Plantar árvores se tornou uma maneira bastante simples de compensar as emissões de carbono. Diante disso, ambientalistas, políticos e empresas estão pressionando para aumentar os esforços de reflorestamento. Isso significa plantar árvores - e muitas - com a expectativa de que elas capturem e armazenem dióxido de carbono e ajudem a evitar que a substância aqueça o planeta além da meta do Acordo de Paris de 2 graus Celsius acima das temperaturas registradas na era pré-industrial.
Entretanto, de acordo com um estudo recente publicado na revista Frontiers in Forests and Global Change, as mudas plantadas hoje não são suficientes para atingir esses objetivos, pelo menos não nos Estados Unidos. De acordo com estudo publicado no periódico, para se alcançar as metas de reflorestamento e combater as mudanças climáticas, os viveiros dos EUA precisarão aumentar a sua produção em pelo menos três bilhões de mudas por ano - mais do que o dobro do número atual. Os viveiros do país agora produzem 1,3 bilhão de mudas por ano, as quais substituirão as árvores que as madeireiras cortam ou aquelas perdidas em incêndios florestais. A expansão da área florestal dos EUA em mais de 25 milhões de hectares exigiria um adicional de 1,7 bilhão de mudas a cada ano. Esse número eleva o total de viveiros necessários a cada ano para 3 bilhões, um aumento de mais de 130%.
Este é o cenário mundial ao qual o Brasil poderá exercer um papel de liderança, dado que dispõe de uma das maiores reservas florestais do planeta. Com esses ativos, os produtores nacionais encontrariam uma demanda estrangeira ávida por matéria-prima necessária ao cumprimento das metas de reflorestamento. Neste sentido, o trabalho do seu Laurival, plantando árvores, torna-se um símbolo dessa janela de oportunidades que se abre, na qual o Brasil deveria se candidatar como grande fornecedor natural dessa commoditie verde.
