EDITORIAL

O poder de fogo nas mãos dos bandidos

Do Correio Popular
15/11/2023 às 11:00.
Atualizado em 15/11/2023 às 11:00
O ataque ocorreu por volta das 16h no quilômetro 143 da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), no sentido Campinas, em Cosmópolis (Divulgação)

O ataque ocorreu por volta das 16h no quilômetro 143 da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), no sentido Campinas, em Cosmópolis (Divulgação)

A violência que assola nosso país atingiu, mais uma vez, níveis alarmantes e intoleráveis. O ataque brutal a um carro-forte nas rodovias da região de Campinas é um triste exemplo do desafio crescente que as autoridades de segurança enfrentam diante de organizações criminosas cada vez mais armadas, munidas de um verdadeiro arsenal de guerra. O episódio ocorrido no km 143 da Rodovia Professor Zeferino Vaz foi, sem sombra de dúvida, o ápice da audácia criminosa neste ano. Os bandidos, em um ato que beira a barbárie, não hesitaram em empregar dinamite, fuzis e granadas para efetuar o roubo. O resultado foi a completa destruição do veículo blindado, deixando em seu rastro não apenas prejuízos financeiros, mas também uma sensação de impotência perante a ousadia desmedida dos criminosos.

É inadmissível que grupos criminosos tenham acesso a um poder de fogo capaz de rivalizar com forças militares. O emprego de explosivos de alta potência demonstra uma escalada perigosa no grau de violência adotado por esses criminosos, que não hesitam em colocar em risco a vida de inocentes que transitam pelas proximidades. O fato de este ser o quarto ataque a carros-fortes em menos de seis meses apenas reforça a necessidade urgente de ações eficazes por parte das autoridades de segurança. Não podemos permitir que as rodovias se transformem em campos de batalha, onde criminosos armados até os dentes impõem sua lei com total impunidade.

A utilização de armamento pesado é um sinal claro de que o Estado precisa intensificar seus esforços no combate ao tráfico de armas e no desmantelamento dessas organizações criminosas. Não se trata apenas de uma questão de segurança pública, mas de preservação da ordem social e da integridade de nossa democracia. É imperativo que as autoridades ajam de maneira imediata e enérgica para conter essa escalada de violência. Investimentos em tecnologia, inteligência e capacitação das forças de segurança são medidas urgentes.

A sociedade exige a restauração da sensação de segurança que há muito foi perdida diante da ousadia desmedida desses criminosos. Não podemos tolerar que nossas rodovias se transformem em palcos de ações que remetem a zonas de guerra. É tempo de agir, é tempo de repelir essa ameaça com todo o peso do Estado. O Brasil clama por segurança, e é responsabilidade das autoridades garantir que nenhum cidadão, nenhum veículo, esteja à mercê de organizações criminosas armadas com poder de destruição tão avassalador.

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