Palmeiras levantando a taça do Brasileirão (Divulgação/ Palmeiras)
O Palmeiras comemora o título brasileiro porque mostrou capacidade de mudança. Dudu era a principal referência técnica. Decidia jogos. Sua lesão e a aparente indestrutível campanha do Botafogo eram motivos suficientes para dar o ano como perdido. Abel Ferreira não desistiu. Após adotar o esquema com três zagueiros e de ter mudado o posicionamento de Endrick, o resultado: levantou a taça.
O que falta
Os treinadores brasileiros torcem o nariz, mas o trabalho de Abel Ferreira é a comprovação de que é possível mudar o rumo de um trabalho sem a cômoda desculpa de que é preciso buscar reforços. Apesar de ostentar maior nível de conhecimento do que possuíam em anos anteriores, os técnicos nativos não têm algo que sobra em Abel Ferreira: coragem para mudar.
FRASE
"O tribunal digital está arruinando vidas, contextos são deixados de lado, e a verdade não importa mais"
Antony, do Manchester United, acusado de agressão contra mulheres
Futuro
O trabalho de Lauro é tão qualificado que uma possível saída de Caíque França não gera temor. Pelo contrário. Pedro Rocha está preparado. Mérito do seu preparador.
Fôlego
O preparo físico da Macaca não pode ser negligenciado. Anderson Nicolau, hoje fora do clube, fez a equipe atropelar os oponentes na Série A2 do Campeonato Paulista. Na Série B muitos pontos foram conquistados muito mais pelo fôlego do que pela técnica. Thiago Vegetti assumiu o barco e sustentou o pique.
Redenção
Pegorari e Douglas Borges foram acionados no gol bugrino na Série B. Receberam muito mais apoio do que reclamações. Certamente a produtividade está ligada a Gustavo Scalese, que assumiu a função após a passagem deficiente de preparadores que não produziram satisfação.
Consequência
O bom trabalho de Gustavo Scalese gera uma consequência inconveniente, que é o interesse do mercado pelo serviço dos dois arqueiros. É a lei da bola.
Avaliação
Certamente vários aspectos serão analisados pelo novo Superintendente Executivo de Futebol, Juliano Camargo. Um deveria receber atenção: por que a equipe caía tanto em questão física no segundo tempo? Falta de estrutura? Metodologia equivocada do trabalho? Esse é um cenário que precisa ser corrigido. Urgente.
Sempre presente
No confronto desta quarta-feira, contra o Fluminense, na casa do adversário, o atacante Suárez cravou uma marca: 800 jogos como profissional. Nesta temporada, o uruguaio atuou em 54 confrontos. A temporada em que o atleta mais atuou foi em 2015/16, pelo Barcelona, com 53 partidas. Agora deverá jogar no Inter Miami, ao lado de Lionel Messi.
Afobado
Em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo, o novo presidente do Corinthians mostrou que não conhece os meandros dos bastidores do futebol. Sem cerimônia, citou jogadores que gostaria de contar, como os atacantes Marcos Leonardo e Soteldo do Santos e Gabigol do Flamengo. Não precisa ser profeta para perceber que se no futuro os dirigentes corinthianos procurarem os empresários desses jogadores, a hipótese mais provável é que as ofertas subam de modo vertiginoso. No futebol, o segredo é o coração, o pulmão e a alma do negócio.
Em marcha lenta
A Portuguesa somou 10 pontos neste ano e escapou por um triz do rebaixamento no Campeonato Paulista. A Lusa não quer brincar com fogo. Anunciou o centroavante Henrique Dourado para a próxima edição da competição regional. Enquanto isso, Ponte Preta e Guarani não anunciaram nenhum atleta. Nenhuma perspectiva para as duas torcidas. Pode chegar todo mundo em cima da hora e dar certo? Sim, é lógico. Só que não é bom dar sopa para o azar. Especialmente a Macaca, que disputa a competição após um ano de Série A2, e o Guarani, que no ano passado flertou com a queda. Um pouco de aceleração no mercado não custa nada.
Elias Aredes, interino