Empresários (Divulgação)
Uma discussão crescente em todo o mundo, e que pode se aplicar muito bem ao Brasil, diz respeito ao papel dos empresários na sociedade. Essa discussão vai além do campo econômico, onde a importância do empresariado para o desenvolvimento de um país é mais clara, avançando em um contexto econômico global em que se discute cada vez mais a necessidade de se adotar uma perspectiva ESG na condução dos negócios.
ESG
A perspectiva ESG (do inglês Environment, Society and Governance que significa Ambiente, Sociedade e Governança) é uma abordagem que avalia os resultados e os impactos que uma empresa produz para além dos seus objetivos econômicos e financeiros. Essa perspectiva, além da receita e dos lucros gerados, avalia o desempenho das empresas em termos ambientais, sociais e corporativos.
FRASE
"A sustentabilidade não é mais sobre causar menos danos. É sobre fazer mais o bem."
Jochen Zeitz, empresário alemão
Produção
O papel econômico do empresariado é claro. Ao investir na produção, os empresários geram empregos, aumentam a capacidade produtiva e o nível da renda agregada nacional e fortalecem o mercado interno. A atividade econômica geral aumenta além da produção individual da empresa, pois a economia é toda interligada, observando-se um aumento de atividade também de empresas fornecedoras, por exemplo.
Risco e Recompensa
É evidente que o empresário não promove esses benefícios econômicos por simples bondade. Ele investe no negócio na expectativa de ter lucros e um bom retorno do seu investimento. Mas também é certo que o empresário assume o risco do investimento. O negócio pode não dar certo e ele perder todo o valor investido. Sem a expectativa de recompensa, não há empreendedorismo e não existem os benefícios gerados pela ação empreendedora.
Racionalidade
Uma premissa básica de qualquer modelo econômico é a de que os agentes (tanto produtores como consumidores) são racionais e irão agir sempre movidos pelos seus próprios interesses. E é assim que funciona. Normalmente, comportamentos diferentes ocorrem não porque os agentes deixaram de agir de maneira egoísta, mas porque não conseguiram identificar qual era a alternativa que iria produzir os maiores benefícios para si mesmos.
Conciliação
Dessa forma, partindo do princípio que o interesse próprio é a força primária e maior a mover as decisões individuais e empresariais, a questão é como conciliar a busca pelos resultados financeiros com o alcance de objetivos de sustentabilidade ambiental, social e corporativa, que são por natureza mais difusos e subjetivos do que a busca concreta pelo lucro. Seria uma utopia essa conciliação? Não.
Bom Negócio
A resposta está na própria motivação primária, o interesse próprio. Em um contexto onde a sociedade, os consumidores e o mercado passam a exigir das empresas um maior comprometimento ambiental, social, e corporativo, passa a ser um mal negócio para uma empresa não ter esse perfil. Empresas que agem de forma não sustentável podem perder clientes e investidores, diminuindo de tamanho.
Mais do que Lei
A busca pelos objetivos sustentáveis dentro da perspectiva ESG vai muito além de cumprir a legislação vigente. Obedecer a legislação não é mais do que uma obrigação e as empresas que não cumprem esse mínimo estão sujeitas a punições. Trata-se de ir adiante. Trata-se do que a empresa faz para a preservação do meio ambiente, para recuperar áreas degradadas, para diminuir as desigualdades sociais, para promover a transparência e combater a corrupção, entre outros.
Sustentabilidade
O empresário tem um papel importante nesse processo, pois pode ser um fomentador dessa nova mentalidade agindo de maneira ativa. O empresário de visão sabe que uma boa governança ambiental, social e corporativa pode representar um diferencial competitivo sobre os concorrentes, permitindo alcançar maiores fatias de mercado, valorizando sua marca e sua empresa. A busca da sustentabilidade é um bom negócio, para todos.