Presidente da Abras, João Galassi discursa na abertura do evento (Rodrigo Zanotto)
Com a presença do prefeito de Campinas, Dário Saadi, e lideranças do setor supermercadista, como Abílio Diniz (presidente do Conselho de Administração da Penísula Participações); João Galassi (presidente da Abras); Sajal Kohli (da McKinsey de Chicago); Aaron Cheris (da Bain & Company de São Francisco); Gerd Leonhard (CEO da The Futures Agency GmbH); e Gary Hamel (diretor do Management Lab), Campinas se transformou na capital do segmento ao sediar a convenção nacional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) ontem e hoje.
No primeiro dia, os participantes discutiram as transformações da atividade econômica, que responde por 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB), com 92 mil lojas espalhadas pelo Brasil, três milhões de empregos diretos e indiretos, 28 milhões de clientes atendidos por dia e um faturamento de R$ 611 bilhões por ano. São números que, pela sua robustez, confirmam a condição do setor como ramo expressivo da cadeia de distribuição de mercadorias. Quatro dos presidenciáveis com melhor classificação nas pesquisas foram convidados para uma sabatina, sendo que dois deles confirmaram a participação - um virtualmente e outro presencialmente.
Desde ontem, cerca de 1,2 mil empresários ouviram as palestras dos especialistas e chegaram à conclusão de que o futuro do segmento passa pela substituição dos hipermercados por estabelecimentos menores, situados nos bairros, misturando atacado e varejo. São os chamados "atacarejos", um neologismo criado para denominar um modelo de negócio que vem se expandindo nos últimos anos, vendendo tanto aos pequenos comércios quanto aos consumidores comuns. Outra mudança diz respeito ao comércio eletrônico, que ganhou força na pandemia, mas recuou aos níveis anteriores a ela. Entretanto, a tendência é de crescimento, dado que as transações on-line representam 5% do seu faturamento, podendo expandir aos patamares de países como a China, com 51%, e os Estados Unidos, com 25% do movimento realizado pela internet.
Ao sediar o evento, a região de Campinas demonstra a sua pujança econômica e importância estratégica ao desenvolvimento econômico, conforme lembrou o prefeito, ao ressaltar na solenidade de abertura da convenção que o município oferece um ambiente atraente para receber investimentos. A redução de impostos municipais e agilidade na aprovação de projetos são os quesitos basilares que favorecem a recepção de novos supermercados e centros de distribuição na cidade.