EDITORIAL

Nunca é tarde para o diálogo franco e aberto

Do Correio Popular
03/01/2023 às 10:48.
Atualizado em 03/01/2023 às 10:48
Prédios terão até sete pavimentos e serão evitados os loteamentos fechados (Divulgação)

Prédios terão até sete pavimentos e serão evitados os loteamentos fechados (Divulgação)

O Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável de Campinas (PIDS) - um dos três vértices do plano estratégico de expansão do município - ao lado do Centro e Aeroporto Internacional de Viracopos - constitui-se numa janela de oportunidades de ouro à grande transformação de uma vasta área localizada no Distrito de Barão Geraldo. A secretária municipal de Planejamento e Urbanismo, Carolina Baracat Lazinho, antecipou-se de forma bastante assertiva e esclarecedora aos questionamentos levantados por um grupo de moradores do distrito, que optou pela judicialização de um debate público e democrático antes mesmo do término do processo de amadurecimento das propostas junto à Administração municipal. Aliás, nos últimos anos, a variável da judicialização - uma ferramenta que deveria ser acionada em última instância, isto é, quando os canais de comunicação democrática falham - deixou de sê-la para se tornar uma constante.

De todo modo, o diálogo será sempre louvável, mesmo que ele seja realizado em campos mais áridos e formais. Na semana passada, reportagem do nosso jornal revelou que algumas pessoas recorreram ao Ministério Público questionando o PIDS, com o intuito de adiar a audiência pública que estava marcada para o dia 24 deste mês e, com isso, postergar a sua implantação. Diante dessa movimentação, Carolina Baracat rebateu a crítica de que o PIDS atenderia aos interesses da especulação imobiliária. Além disso, os opositores atacaram o projeto, dizendo que ele não contemplaria obras de infraestrutura voltadas à qualidade de vida dos atuais e futuros habitantes da região. A oficial da Pasta demonstrou que a proposta aponta, justamente, para um caminho oposto a esse, ou seja, prevê medidas que visam a reduzir o adensamento populacional, determinando a construção de prédios de, no máximo, sete pavimentos, evitando-se a construção de loteamentos fechados e incentivando a criação de áreas públicas e privadas para a convivência da população.

Após a exposição de motivos apresentada pela secretária, salta aos olhos o teor das manifestações populares diante da proposta de mudança da Lei de Uso e Ocupação do Solo da futura cidade tecnológica e ambientalmente sustentável, que deverá ser implantada numa área de 17 mil quilômetros quadrados. Como bem disse a executiva do Planejamento, o projeto lança a base que permitirá um modelo de urbanismo inovador, um polo tecnológico com menos trânsito, mais contato com a natureza e preservação ambiental.

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