XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Modelos e Dados

Estéfano Barioni
22/05/2022 às 10:52.
Atualizado em 22/05/2022 às 10:52
Para descrever a dinâmica da economia e dos mercados, os economistas utilizam modelos matemáticos que são alimentados por dados, métricas e indicadores dos mais diversos (Divulgação)

Para descrever a dinâmica da economia e dos mercados, os economistas utilizam modelos matemáticos que são alimentados por dados, métricas e indicadores dos mais diversos (Divulgação)

Para descrever a dinâmica da economia e dos mercados, os economistas utilizam modelos matemáticos que são alimentados por dados, métricas e indicadores dos mais diversos. Esses modelos são testados através do uso de ferramentas estatísticas para confrontar os resultados previstos pelo modelo com o desempenho obtido na economia real.

Modelos e Dados 2

Ter um modelo bom é importante para que se tenha uma boa capacidade de projeção de resultados, o que permite desenhar políticas econômicas de acordo com o que se pretende obter. No entanto, não basta ter um bom modelo. É preciso alimentá-lo com dados de boa qualidade. Um modelo bom que utiliza dados ruins, produz resultados ruins. 

A FRASE

"sabe, comida e energia me parecem muito mais essenciais do que qualquer outro item."

Warren Buffett (falando sobre inflação)

Inflação

A inflação medida pelos índices de preços ao consumidor, como o IPCA, é um exemplo de métrica que pode ser utilizada nos modelos econômicos para projeção do crescimento e definição da política monetária e da taxa de juros. O índice de preços é a métrica que busca representar o aumento geral dos preços e do custo de vida para o consumidor médio.

Bens e Serviços

A medição da inflação é realizada através do acompanhamento dos preços de um conjunto de bens e serviços que seriam representativos dos hábitos de consumo da média da população. Esse conjunto de bens e serviços, chamado de cesta, inclui gastos com alimentação, habitação, transporte, educação, saúde, lazer, etc. Todos as categorias que representam os gastos das famílias.

Estabilidade

Se o preço dessa cesta de bens e serviços aumenta, temos inflação. Se a inflação é alta, as famílias passam a ter dificuldade de manter o padrão habitual de consumo, com consequências negativas para a sociedade como um todo. Por isso, a maioria dos governos do mundo se empenha em combater a inflação e zelar pela estabilidade econômica. 

Núcleo da Inflação

Uma medida adicional da inflação é chamada de núcleo da inflação, que não é muito divulgado no Brasil, mas tem certa importância no exterior. O núcleo da inflação tem a mesma medida de um índice de preços ao consumidor, mas retirando da cesta de bens e serviços os alimentos e a energia (eletricidade e combustíveis), pois esses seriam os itens mais instáveis. Se a inflação é alta, mas o núcleo da inflação está sob controle, não haveria tanto problema. 

Núcleo da Inflação 2

A ideia é de que alimentos e energia podem sofrer variações circunstanciais e se recuperar num momento seguinte. Condições climáticas adversas podem afetar a safra de produtos agrícolas, aumentando o preço dos alimentos. Na safra seguinte, os preços podem voltar ao normal. Da mesma forma, uma guerra no Oriente Médio pode fazer o preço dos combustíveis subirem. Quando a guerra acaba, os preços voltariam ao normal.

Controle

Enquanto o núcleo da inflação não é afetado, isso significa que o restante da economia não está impactado pelas variações dos preços mais voláteis. A situação estaria sob controle. O problema começaria quando o núcleo da inflação começa a subir, mostrando que existem transmissões de aumento de preços entre os diferentes setores.

Núcleo Real

Essa abordagem tem sua lógica e seu mérito na condução das políticas econômicas. No entanto, é impossível não ter uma visão crítica sobre essa concepção. Do ponto de vista do consumidor, é muito difícil pensar em duas categorias mais centrais e vitais do que alimentos e energia. Provavelmente, o núcleo real do consumo das pessoas gira em torno de alimentos e de energia. 

Conexão

Isso nos faz lembrar que os modelos e todo o aparato intelectual utilizado para monitorar a economia, prever o seu desempenho e desenhar as políticas econômicas mais adequadas, não podem estar distanciados da realidade da vida das pessoas e desconectados das necessidades do cidadão comum. Se estiverem, não terão nenhum impacto positivo na vida das pessoas.

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