Mercado de Ações

Julho foi um mês de grande recuperação no mercado de ações em todo o mundo. Os principais índices das bolsas de valores tiveram variações expressivas, chegando até dois dígitos de valorização. No Brasil, o Ibovespa fechou o mês com alta de 4,7%. Apesar dos bons resultados do mês passado, os mercados ainda não recuperaram todas as perdas obtidas no ano e os principais índices continuam no vermelho. 

Investidores

Além dos resultados representados pelo Ibovespa, é interessante avaliar com maiores detalhes o mercado de ações brasileiro. A começar pelos investidores. Atualmente, a bolsa de São Paulo (atualmente chamada B3) possui pouco mais de 3.230.000 investidores ativos, detentores de ações das empresas negociadas nesse mercado. 

FRASE

“A verdadeira chave para ganhar dinheiro com ações é não ter medo delas."

Peter Lynch, gestor norte-americano

Pessoas Físicas

Se contados individualmente, os investidores pessoas físicas formam a imensa maioria. Com pouco mais de 3,2 milhões de investidores, as pessoas físicas representam 99% dos investidores da bolsa brasileira. No entanto, se for considerado o montante investido, a situação muda de figura e as pessoas físicas passam a representar apenas entre 15% e 16% dos recursos negociados. 

Proporção

Além disso, os investidores pessoas físicas representam 1,5% da população brasileira. Essa proporção vinha crescendo nos últimos anos, mas passou a apresentar uma leve queda nos últimos meses, reflexo das condições de mercado, redução do poder aquisitivo das famílias e troca por investimentos mais conservadores que passaram a ter uma rentabilidade maior com a alta dos juros.

Comparação

Embora tenha crescido nos últimos anos, a participação de pessoas físicas no mercado de capitais ainda é muito tímida no Brasil se comparada com países mais desenvolvidos. Os investidores pessoas físicas representam 2% da população adulta no Brasil. Nos Estados Unidos, país que possui o mercado de ações mais vigoroso do planeta, 56% da população adulta investe em ações. 

Estratégias

Existem duas métricas para avaliar a participação dos investidores no mercado de ações: volume em custódia e volume negociado. O volume em custódia refere-se ao valor total das ações em circulação. O volume negociado refere-se ao valor das ações compradas e vendidas em um determinado período. 

Estratégias 2

Estratégias de longo prazo, onde o investidor adquire ações e as mantém por um período mais longo, recebendo os dividendos gerados, envolvem necessariamente volumes em custódia e podem não gerar negócios por um bom tempo. Estratégias de curto prazo, em que o investidor compra e vende rapidamente uma ação, aumentam o volume negociado sem afetar o volume em custódia. 

Custódia

Os investidores com maior participação em volume em custódia são os investidores não residentes no Brasil (pessoas físicas ou organizações com sede no exterior). A bolsa brasileira conta atualmente com pouco menos de cinco mil investidores desse tipo. Apesar de serem menos de 0,2% dos investidores totais, esses investidores estrangeiros detêm 45% do volume em custódia. Investidores institucionais brasileiros detêm 23% e os investidores pessoas físicas detêm 16%. 

Negócios

Em volumes negociados, os investidores estrangeiros também lideram, tendo uma participação ainda maior. Em junho, os investidores estrangeiros foram responsáveis por 57% dos valores negociados na bolsa brasileira. Os investidores institucionais brasileiros aparecem com 24% do volume negociado e os investidores pessoas físicas residentes no Brasil movimentaram 15%.

Globalização

O mercado de ações brasileiro tem apresentado a mesma característica da economia brasileira, de uma grande abertura com o setor externo. Assim como o mercado externo é responsável por uma parte considerável da atividade econômica brasileira, especialmente através da exportação de commodities e produtos agropecuários, o mercado acionário brasileiro também depende muito da participação dos investidores internacionais.