IPCA-15

O IBGE divulgou o IPCA-15 deste mês de maio e a variação do índice mostra uma inflação de 0,44% no mês, acelerando em relação a abril, quando o IPCA-15 ficou em 0,21%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registra uma leve desaceleração, saindo de 3,77% para 3,70% ao ano. Mesmo assim, o valor acumulado é mais alto do que o acumulado do IPCA em sua versão oficial, que está em 3,69% ao ano na medição até o mês de abril.

Inflação Prévia

O IPCA-15 é visto como uma prévia do IPCA, pois são índices calculados segundo a mesma metodologia, com as diferenças de que o IPCA-15 tem uma abrangência geográfica um pouco menor (sendo levantado em um número menor de capitais) e é medido com duas semanas de antecedência em relação ao IPCA oficial. A menor abrangência é pouco significativa em termos de diferenças de resultados, e a antecedência mostra o que esperar em relação ao IPCA.

a frase

“Às vezes, o primeiro dever das pessoas inteligentes é reafirmar o óbvio."
George Orwell, escritor britânico

Aceleração

Por isso, tudo indica que o IPCA de maio registrará também uma aceleração, tanto na comparação com a inflação de abril (0,38%), como no acumulado dos doze meses anteriores (3,69%). Se o índice vier com a mesma variação de 0,44% que teve o IPCA-15, a alta acumulada em doze meses do IPCA chegará aos 3,91% ao ano. É um aumento importante para a inflação anual e certamente isso teria impacto nas próximas decisões de política monetária do Copom.

Altas

As maiores máximas registradas no IPCA-15 vieram dos gastos com Saúde e Cuidados Pessoais, que tiveram alta de 1,07% no mês, especialmente por conta da alta de produtos farmacêuticos, e dos gastos com Transportes, que registraram alta de 0,77% em maio. No caso dos Transportes, a elevação foi causada pelas altas dos combustíveis. Na medição de maio, a gasolina subiu 1,90% e o etanol subiu 4,70%.

Porto Alegre

Um ponto diferente da aferição do IPCA-15 deste mês foi a forma de coleta de preços em Porto Alegre. Para calcular o índice, o IBGE realiza a aferição de preços em 11 capitais, incluindo a capital gaúcha. Desta vez, por conta das inundações que atingiram Porto Alegre e pela situação de calamidade pública na cidade, 30% da coleta de preços foi realizada de maneira remota, seja pela internet ou por telefone.

Porto Alegre 2

A calamidade não afetou somente o método de coleta das informações na capital gaúcha, mas também os preços medidos também foram afetados, como era de se esperar. Em maio, enquanto São Paulo teve uma inflação de 0,36% e o Rio de Janeiro teve inflação de 0,15%, Porto Alegre registrou uma variação de preços de 0,86%. Muitas mercadorias se perderam e a oferta sofreu um grande baque no estado e na capital gaúcha.

Salvador

Entre as capitais, apenas Salvador registrou uma variação de preços média maior do que Porto Alegre, com inflação de 0,87%. No caso da capital baiana, a elevação dos preços foi provocada pelo forte aumento da gasolina (elevação de +6,89%) e por conta de reajustes nas tarifas de energia elétrica residencial (elevação de +3,26%).

Petrobrás

Mudando de assunto, as ações da Petrobras registraram valorização de mais de 2,5% no primeiro pregão após a entrevista coletiva de sua nova presidente, Magda Chambriard. O mercado pareceu aprovar as declarações da nova CEO, que afirmou que a lógica empresarial será respeitada, que a Petrobras será uma empresa lucrativa e geradora de dividendos, que novos investimentos serão feitos, mas sem esquecer a rentabilidade e a geração de resultados para a empresa.

Petrobrás 2

Quem discordaria desse discurso? Obviamente, ninguém que tenha um mínimo entendimento de economia de mercado. As empresas precisam gerar resultados para sobreviver e devem investir em projetos rentáveis, que gerem retornos acima de seu custo de capital. Caso contrário, as empresas se tornam sumidouros de dinheiro, arruinando investidores, trabalhadores e toda uma rede de empresas parceiras.