XEQUE-MATE ECONOMIA

Investimentos

Esféfano Barioni
31/01/2023 às 09:41.
Atualizado em 31/01/2023 às 09:41
Fundos de Investimento (Divulgação)

Fundos de Investimento (Divulgação)

Os investimentos são a mola-mestra da economia. Quando as empresas investem, expandem suas atividades, iniciam empreendimentos e criam novos negócios, gerando empregos e renda. Os efeitos são diretos e também indiretos, pelo acionamento de outros setores interligados, com maior consumo de insumos e mais disponibilização de produtos que podem ser utilizados em outras atividades. Com isso, a economia cresce e o país avança. 

Retornos

No entanto, não é qualquer investimento que gera riqueza e crescimento ao país. Não adianta nada simplesmente despejar dinheiro em cima de qualquer iniciativa. Os projetos precisam fazer sentido e demonstrar que possuem capacidade de gerar retorno. E isso não é apenas uma perspectiva capitalista de geração de lucro para o acionista. Os projetos precisam gerar retornos para que esses mesmos retornos possam financiar a continuidade das operações. 

FRASE

"A experiência é a mestra de todas as coisas

Júlio César, Imperador Romano

Mau humor
Essa foi uma das razões pelas quais algumas declarações do Presidente Lula foram mal recebidas pelo mercado na sexta-feira, contribuindo para a acentuada queda na bolsa de valores de São Paulo, que perdeu -1,63% naquele dia, e também pela alta do dólar, que subiu +0,75% frente ao Real. Parte do mau humor do mercado foi devido a receios na futura condução da Petrobras e outra parte repercutindo as falas do presidente Lula. 

BNDES
O Presidente Lula deu diversas declarações sobre a concessão de financiamentos públicos para a realização de projetos, especialmente através do BNDES. O presidente afirmou que deseja que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento, inclusive emprestando dinheiro para os governadores. Disse que se os governadores não puderem fazer dívida, o governo federal poderá ajudar. 

Desenvolvimentismo 
O que o presidente disse, em tese, não tem nada de errado. O BNDES deve focar mesmo no desenvolvimento econômico e social do país e esse desenvolvimento acontece nas cidades e nos estados. Essa é a função do banco e até aí, tudo certo. O problema é que o histórico e o passado recente da experiência "desenvolvimentista" trazem receios de gastos excessivos em projetos mal feitos. 

Desenvolvimentismo 2
Os economistas da linha "desenvolvimentista" defendem que o governo deve coordenar os investimentos privados, através da concessão de financiamentos públicos, de subsídios e de medidas de proteção contra a concorrência externa, podendo o poder público selecionar áreas e setores preferenciais para receber os investimentos. O Estado é o grande indutor da economia e sua intervenção induz o crescimento econômico. 

Iniciativa privada
A visão contrária ao "desenvolvimentismo", lembrando que obviamente ninguém é contra o desenvolvimento, é a de que o Estado deve se limitar a manter a estabilidade monetária e fiscal, e um ambiente de negócios amigável. As decisões de onde investir ficam inteiramente a critério do setor privado. Áreas que dão mais retorno, atraem mais investimentos, aumentando a competitividade e a eficiência da economia, de modo que o crescimento final seja maior. 

Belo Monte
Um exemplo de como projetos escolhidos pelo governo podem ser grandes sumidouros de dinheiro é a hidrelétrica de Belo Monte. Empresas privadas do setor elétrico desistiram de participar da licitação da usina por não enxergarem sentido no projeto, que foi realizado mesmo assim. O governo fez questão de construir a usina, em plena floresta amazônica, realizando o licenciamento ambiental às pressas e concedendo um financiamento generoso através do BNDES.

Belo Monte 2
Belo Monte tem 80% da potência da usina de Itaipu, mas consegue produzir apenas 38% da geração elétrica desta usina, porque fica praticamente sem água durante grande parte do ano. Belo Monte foi um investimento de retornos duvidosos para o país, com muitos impactos negativos e pouco contribuindo com a segurança do sistema elétrico, tanto que em 2021 e 2022 pagamos tarifas extras por escassez de energia.

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