"É um absurdo que um vereador, que deveria defender as leis, confronte um cidadão que está reivindicando o que é seu por direito" (Rodrigo Zanotto)
A invasão de propriedade privada é um ato ilícito, tipificado como crime no Código Penal Brasileiro. Além disso, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, garante o direito à propriedade. No entanto, essa garantia constitucional parece não ser suficiente para algumas pessoas, como é o caso do vereador Paulo Bufalo (PSOL), que recentemente apoiou a invasão de um imóvel particular na Rua Delfino Cintra, no Centro de Campinas. A casa foi invadida no último final de semana por ativistas que alegam defender a causa das mulheres vítimas de violência de gênero. Não há dúvida de que essa é uma causa legítima e que merece toda a atenção e apoio da sociedade, mas é preciso questionar se invadir propriedade privada é o melhor caminho.
O proprietário do imóvel invadido, o empresário Álvaro Cesar Iglesias, recolhe regularmente seus impostos e tem planos de retomar a utilização do espaço de sua propriedade. Ele acionou a Polícia Militar para que seja realizada a desocupação do imóvel, após tentar amigavelmente a saída do grupo de ativistas sociais que invadiu a sua propriedade. É um absurdo que um vereador, que deveria defender as leis e os direitos dos cidadãos, confronte um cidadão que está apenas reivindicando o que é seu por direito.
O papel de um vereador é representar o povo e defender os interesses da sociedade. No entanto, apoiar a invasão de propriedade privada não é uma atitude condizente com esses princípios. O nobre vereador deveria usar sua posição de influência para encontrar soluções legais e justas para as causas que defende, em vez de apoiar métodos duvidosos e ilegais. Como sugestão, ele deveria, por exemplo, assumir um papel social de fato e de direito defendendo um movimento junto à Prefeitura e à Cohab para prover moradias com dignidade.
Diante disso, a atitude de Bufalo em dar guarida à invasão de propriedade privada é inaceitável. É hora de repensar os métodos de luta pelos direitos sociais e adotar práticas mais justas e legítimas. Os ativistas sociais e defensores dos direitos humanos têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, mas devem agir de forma responsável e dentro dos limites da lei.
Por fim, reforçamos a importância de se respeitar o direito à propriedade privada e os valores democráticos que regem nossa sociedade. É preciso defender os direitos das mulheres e de todos os grupos vulneráveis, mas sem desrespeitar os direitos dos demais cidadãos e sem recorrer a práticas ilegais e violentas. Só assim poderemos construir uma sociedade mais justa e democrática para todos.