Inflação

O IBGE divulgou, na última terça-feira, o IPCA de maio revelando que a inflação ao consumidor acelerou em relação ao mês anterior. O índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) teve variação mensal de +0,46% em abril, contra uma variação de +0,38% em março. A inflação registrada em maio também foi ligeiramente maior do que a expectativa do mercado, que esperava uma variação de +0,41%.

Acumulado

A variação do IPCA no mês passado também foi maior do que a inflação registrada em maio de 2023, quando o IPCA teve alta de +0,23%. Com isso, o IPCA acumulado em doze meses volta para o patamar de +3,93%, alcançando exatamente o mesmo nível de inflação acumulada registrado em março deste ano (em abril tivemos uma redução, que foi totalmente revertida agora em maio). Além disso, a tendência é de que o IPCA acumulado continue subindo nos próximos meses.

a frase

" O propósito da vida é ter uma vida de propósitos".
Robert Byrne, escritor norte-americano

Acumulado 2 

As medidas do IPCA em junho e julho do ano passado foram muito baixas, com variações de -0,08% e +0,12%, respectivamente. Se o IPCA atingir as variações mensais projetadas para os próximos dois meses que, diga-se de passagem, não são particularmente altas e estão estimadas entre +0,34% e +0,16%, só com isso o IPCA acumulado em doze meses já alcançará +4,40% ao ano. É um nível de inflação bem acima da meta de 3,0% ao ano, mas ainda dentro do intervalo de tolerância. 

Variações 

Em abril, dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA, sete tiveram variações positivas, um teve retração de preços e um grupo apresentou estabilidade. Os maiores aumentos mensais vieram dos grupos de Alimentação e Bebidas, Habitação, Transportes, e Saúde e Cuidados Pessoais. A retração de preços aconteceu no grupo de Artigos de Residência e a estabilidade foi verificada no grupo de Educação.

Saúde 

A maior alta do mês ocorreu no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, que teve elevação de +0,69% em maio. O grupo de Saúde tem sido um dos mais destacados na apuração do IPCA e, se nos meses anteriores a alta foi causada pela elevação nos preços dos medicamentos, no mês de maio a elevação foi motivada especialmente pela alta nos preços de planos de saúde (+0,77%) e de produtos de higiene pessoal (alta média de +1,04%). 

Alimentação 

O grupo de Alimentação e Bebidas foi o que mais impactou o IPCA, com alta de +0,62% em maio, sendo responsável por 0,13 pontos percentuais da variação do índice. A alimentação no domicílio, que representa a conta do supermercado, teve alta de +0,66% em maio, influenciada pelo aumento no preço de produtos como a batata inglesa (+20,6%), a cebola (+7,9%), o leite longa-vida (+5,4%), e o café moído (+3,4%). 

Habitação

O grupo de Habitação foi outro que teve elevação parecida, com alta de +0,67% em maio, sendo responsável por 0,10 pontos percentuais da variação do IPCA. Nesse caso, a principal motivação foi a alta das tarifas de energia elétrica residencial (com elevação média de +0,94%). Em algumas cidades também aconteceram reajustes das taxas de água e esgoto (+1,62% de alta média) e de gás encanado (+0,30% de alta média).

Transportes 

O grupo de Transportes apresentou alta de +0,44% em maio. Foram registrados aumentos nas passagens aéreas (+5,91%) e nos combustíveis (+0,45%). Em maio, na medição do IBGE, tiveram preços aumentados o etanol (+0,53%), a gasolina (+0,45%), e o óleo diesel (+0,51%). Apenas o gás natural veicular ficou com preços estáveis (-0,08%). 

Tendência 

A inflação de maio mostrou um comportamento distribuído, com diversos grupos de bens e serviços tendo elevações semelhantes, em torno de +0,65%. Esse é um mau sinal, pois indica uma inflação disseminada, sem um causa específica, tornando-a uma inflação mais duradoura e que requer mais esforços para ser combatida. Na próxima semana, o Copom se reunirá para decidir a taxa Selic e certamente levará essa informação em consideração.