Inflação

Nesta semana foi divulgado o IPCA-15 do mês de maio, medindo a inflação ocorrida entre a última quinzena de abril e a primeira quinzena de maio. A inflação medida neste período ficou em 0,59%. É um valor inferior ao registrado em abril, quando o índice ficou em 1,73%, mas superior ao registrado em maio do ano passado, que teve um IPCA-15 igual a 0,44%, e ainda muito acima do que é esperado para trazer a inflação para dentro das metas do Banco Central. 

Inflação 2

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 já alcança 12,2%. Trata-se do valor mais alto alcançado por este índice de inflação em quase 20 anos (em novembro de 2003, o IPCA-15 acumulava 12,69% nos 12 meses imediatamente anteriores). Somente em 2022, o índice acumula alta de 4,93%, praticamente já alcançando o teto da meta de inflação para o ano todo, que é de 5%. 

FRASE

"A produção é a única resposta para a inflação."
Chester Bowles, político norte-americano

Metodologia

O IPCA-15 é calculado da mesma forma que o IPCA, mas é apurado com 15 dias de antecedência em relação a este último, por isso funciona como uma espécie de prévia da inflação medida pelo índice oficial. Além disso, o IPCA-15 tem uma abrangência geográfica um pouco menor, sendo apurado em 11 regiões metropolitanas, enquanto o IPCA é calculado a partir dos dados de 16 capitais e suas regiões metropolitanas. 

Habitação

Dos nove grupos de produtos e serviços que têm seus preços acompanhados para apuração do IPCA-15, apenas um registrou redução de preços, enquanto os outros oito grupos tiveram aumentos. O grupo com queda nos preços foi o de Habitação, influenciado pela diminuição no custo da energia elétrica a partir da extinção da bandeira tarifária escassez hídrica, realizada em 16 de abril. 

Energia Elétrica

Segundo o IBGE, o custo da energia elétrica para os consumidores finais teve uma redução média de 14% entre 14 de abril e 13 de maio. Se por um lado a extinção da bandeira tarifária escassez hídrica acabou com a cobrança adicional de R$ 14,90 a cada 100 MWh consumidos, os reajustes nas tarifas de muitas distribuidoras acabaram impedindo uma redução maior nos preços finais. 

Água e Gás

Por outro lado, outros itens do grupo de Habitação registraram aumentos, como é o caso do gás de cozinha e dos serviços de água e esgoto, que subiram em média 0,81% e 0,55%. No Rio de Janeiro, o gás encanado teve reajuste de quase 6% e, em São Paulo, no dia 10 de maio, a taxa de água e esgoto sofreu um reajuste de quase 13%. 

Transportes

O grupo que mais impactou o IPCA-15 foi o de transportes, puxado especialmente pela alta nas passagens aéreas que subiram 18,4% em média. Os combustíveis continuam com preços em alta, com a gasolina e o etanol subindo 1,24% e 7,79% respectivamente, nessa última aferição. Um importante destaque vem do aumento nos preços de seguros de veículos, que aumentaram 3,48% no mês e já acumulam alta de mais de 18% no ano. 

Alimentos

O grupo de Alimentos e Bebidas foi o segundo com maior impacto na inflação registrada, com aumentos significativos no leite longa vida (alta de 8%) e na batata-inglesa (alta de 16,8%). O pão francês também segue subindo, como consequência da alta do trigo entre outros fatores, e registrou aumento de preços de 3,84%.

Saúde

Outro grupo que teve um grande impacto sobre a inflação de maio registrada pelo IPCA-15 foi o de Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 2,19%. O principal motivo da elevação neste grupo foi o aumento nos preços dos produtos farmacêuticos, com alta de 5,24% na média, devido a um reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. 

Queda

O IPCA oficial do mês de maio será divulgado apenas no dia 09 de junho. Até agora o aumento das taxas de juros não foi suficiente para conter a inflação, que continua avançando. Pelas expectativas do Banco Central, a inflação deveria começar a regredir a partir desse mês, ficando abaixo de 12% em doze meses. Mas, infelizmente, não é isso que o IPCA-15 está indicando.