IGP-M

O IGP-M de janeiro, divulgado pela FGV nesta semana, ficou estável em relação ao mês anterior, apresentando uma leve variação de +0,07% na comparação com dezembro. O resultado é bem diferente da variação registrada em dezembro, que apresentou alta de +0,74%, e também menor do que a variação de janeiro do ano passado, de +0,21%. Além disso, a variação atual do IGP-M é a menor registrada para um mês de janeiro desde 2019. 

Acumulado

Depois de quatro meses de variações positivas, que ficaram entre +0,37% e +0,74%, a estabilidade do IGP-M observada em janeiro faz com que o valor acumulado nos últimos doze meses volte a cair e continue em campo negativo. Agora, a variação do IGP-M acumulada em doze meses é de -3,32% (a mais baixa de todo o histórico para um mês de janeiro). Em janeiro do ano passado, a variação acumulada nos doze meses anteriores era de +3,79%. 

FRASE

"Conhecimento não tem valor a menos que você o coloque em prática."

Anton Tchekhov, escritor russo

Histórico
Mesmo considerando a estabilidade deste mês e os recordes de variações negativas registradas em meados do ano passado, se analisarmos a variação média do IGP-M nos últimos cinco anos, teremos uma variação média de +0,78% ao mês, mostrando como foram fortes as perturbações causadas pela pandemia. A variação desse período é significativamente maior do que a média histórica do IGP-M, que nos últimos 20 anos foi de +0,56% ao mês. 

Atacado
Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) - índice que tem a maior participação no IGP-M, representando 60% de sua variação - apresentou leve retração de -0,09%, desacelerando fortemente em relação ao mês anterior (dezembro), quando esse índice apresentou alta de +0,97%. No acumulado dos últimos doze meses, o IPA continua com variação fortemente negativa de -5,78%.

Estágios de Produção
Na variação mensal, enquanto os produtos industriais tiveram queda de -0,29%, os produtos agropecuários tiveram alta de +0,49. Nos diferentes estágios da produção, tiveram alta tanto as matérias-primas como os produtos finais, com variações de +0,49% e +1,06%, respectivamente. Os bens intermediários, por outro lado, registraram queda de -1,62%. Nos últimos doze meses, todos eles continuam acumulando variações negativas.

Índices
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de +0,59% no mês e acumula elevação de +3,38% nos últimos doze meses, com maiores destaques para gastos nas áreas de saúde (+5,37%) e despesas diversas (+5,17%). Na variação mensal, o grupo de educação e recreação teve a maior alta, com +2,11%, seguido de alimentação, com +1,62%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação de +0,23% em dezembro, com alta acumulada de +3,23% nos últimos doze meses.

Alimentos
Uma grande parcela dos aumentos registrados na apuração do IGP-M veio dos alimentos, tanto os in natura como os industrializados, estes influenciados pelos aumentos nos insumos. Condições climáticas desfavoráveis, como as fortes ondas de calor e tempestades, têm prejudicado a produção agrícola. O preço de hortaliças e legumes aumentou +12,41% em relação ao mês anterior enquanto os alimentos processados tiveram alta de +1,19% em janeiro. 

Variações
Alguns alimentos in natura foram os que tiveram os aumentos mais significativos, tais como a batata-inglesa (+35,6%), a banana-prata (+15,7%), o tomate (+13,8%), o arroz em casca (+7,8%), o milho e o café em grão (altas de +6,2% e +4,8% respectivamente). As principais baixas vieram do óleo diesel (-10%) e do etanol (-2,4%). A soja em grão teve queda de -6,0%. 

Inflação
O IGP-M é um dos índices de inflação mais robustos de nossa economia, capturando variações de preços de commodities de diferentes naturezas, insumos industriais, serviços e produtos finais, e preços ao consumidor. Qualquer desequilíbrio é capaz de afetar o IGP-M. Em janeiro, foi a queda no preço dos bens intermediários que contribuiu para segurar o índice. As próximas variações marcarão a nova tendência do IGP-M.