O IGP-M encerrou o mês de março com alta de 1,74% (Reprodução)
O IGP-M de novembro acaba de ser divulgado pela FGV, revelando uma variação positiva de +0,59% em relação ao mês anterior. Depois de ter apresentado cinco meses consecutivos de variações negativas em meados deste ano, o IGP-M registra a terceira variação positiva seguida e, como antecipamos nessa coluna, volta definitivamente ao seu ritmo histórico de crescimento. Nos últimos 20 anos, o IGP-M teve um ganho médio de +0,56% ao mês.
Acumulado
Mesmo com o retorno ao ritmo normal na variação mês a mês, o IGP-M continua negativo no acumulado dos últimos doze meses, por conta das fortes variações negativas registradas entre abril e agosto deste ano. Nesses meses, o índice atingiu a maior variação negativa mensal e acumulada de toda a sua história. Agora, o IGP-M acumula uma variação negativa de -3,46% nos últimos doze meses e, em 2023, a variação acumulada é de -3,89%.
FRASE
"Faça o que você pode, com o que você tem, onde você estiver."
Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos
Ritmo Normal
Quando se fala em ritmo normal do IGP-M, estamos fazendo referência ao comportamento histórico do índice, que apresentou uma variação média de +0,56% ao mês nos últimos 20 anos. É claro que esse é um patamar relativamente elevado, equivalente a uma variação de pouco menos de +7% ao ano. Com a economia obtendo ganhos de eficiência e produtividade, é esperado que o IGP-M passe a registrar um ritmo de crescimento mais baixo.
Atacado
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o grande responsável pela alta do IGP-M, com uma variação mensal de +0,71% no mês de novembro. No acumulado dos últimos doze meses, esse índice continua com variação negativa acumulada, agora de -6,07%, ainda carregando os efeitos das variações negativas do meio do ano. O IPA, que havia sido responsável pelas variações negativas, agora também causa a retomada.
Estágios de Produção
Na variação mensal, os produtos industriais tiveram aumentos de +0,71% enquanto os produtos agropecuários tiveram alta de +0,69%. A maior alta foi pressionada pelos bens intermediários e matérias-primas, que tiveram elevação mensal de +1,23% e +0,97%, respectivamente, mas continuam com variações negativas no acumulado. Os bens finais tiveram retração de -0,14% no mês, o que pode sugerir uma desaceleração da atividade econômica.
Índices
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de +0,42% no mês e acumula elevação de +3,71% em doze meses, mantendo o destaque para gastos nas áreas de saúde e transportes, embora os custos de educação e recreação tenham novamente pesado mais na variação mensal. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação de +0,10% em novembro, com alta acumulada de +3,33% em doze meses e destaque para os custos de mão de obra (alta de 6,53% em 12 meses).
Commodities
Assim como aconteceu em outubro, o aumento nos preços de algumas commodities, tais como o farelo de soja (cuja variação passou de +0,51% no mês anterior para +5,41% em novembro) e o café em grão (passando de -1,60% no mês anterior para +6,36% em novembro). Também teve grande importância o aumento do óleo diesel, que teve variação de +6,56% em novembro, impactado pelo reajuste da Petrobras realizado na última metade do mês de outubro.
Variações
Outros itens que tiveram aumentos significativos de preços foram alguns alimentos in natura, que tiveram impactos na produção por conta de condições climáticas adversas, como a cebola (+38,5%) e a batata-inglesa (+20,9%). Ainda afetando os preços ao consumidor, as passagens aéreas também tiveram alta relevante (+11,4%), assim como serviços bancários (alta de +2,2% no mês).
Copom
A próxima reunião do Copom, que também é a última deste ano, será realizada nos dias 12 e 13 de dezembro. O IPCA de novembro será divulgado exatamente no dia 12 e, em conjunto com esta variação do IGP-M, não deve alterar o ritmo de cortes de juros. O comportamento da inflação segue como o esperado e deveremos encerrar o ano com a taxa Selic aos 11,75% ao ano.