XEQUE-MATE ECONOMIA / POR ESTÉFANO BARIONI

IGP-M

Estéfano Barioni
05/10/2022 às 12:38.
Atualizado em 05/10/2022 às 12:38

IGP-M (Divulgação)

O IGP-M teve uma expressiva variação negativa de -0,95% no mês de setembro. A última vez que o IGP-M havia registrado uma variação negativa tão intensa foi em dezembro de 2018, quando o índice teve recuo de -1,08%. Com a queda registrada no mês passado, agora o IGP-M acumula alta de 8,25% no acumulado dos últimos 12 meses, que é o nível mais baixo no acumulado deste índice desde junho de 2020. 

Variação

A redução do IGP-M traz alívio para os locatários, uma vez que o IGP-M é o índice preferencialmente utilizado para o reajuste dos contratos de aluguel. Outros contratos também são reajustados pelo IGP-M, como é o caso dos contratos antigos de seguros e de planos de saúde, além de algumas tarifas públicas que também são influenciadas pelo índice. Por isso, tão importante quanto o resultado final do mês, é entender os fatores que motivaram a variação deste índice. 

FRASE

"As quedas registradas nos preços de commodities e combustíveis seguem influenciando o resultado."

André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV

Composição
O IGP-M é um índice de inflação composto a partir de uma média de três outros índices de preços: o Índice de Preços por Atacado (IPA-M, com peso de 60%), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M, com peso de 30%) e o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC-M, com peso de 10%). A letra M ao final de cada um desses índices significa que todos eles são calculados a preços de mercado. 

Composição 2
Assim, o IGP-M captura tanto os aumentos de preços ao consumidor (relacionados com o IPC) como, especialmente devido a sua maior participação no cálculo, os aumentos de preços ao produtor (relacionados com o IPA), além dos custos da construção civil. O IGP-M é influenciado tanto por alimentos e energia elétrica, como por matérias-primas da indústria e também insumos e serviços da construção civil. 

Atacado
O Índice de Preços por Atacado (IPA-M) teve variação negativa de -1,27% em setembro. Em agosto, a variação havia sido de -0,71%. O principal item responsável pela queda do índice foram as matérias-primas brutas, que tiveram variação de -1,84% neste mês. A cotação de muitas commodities atingiu o valor mínimo dos últimos 12 meses. Por exemplo, só neste mês de setembro o minério de ferro registrou um recuo de -4,81%. 

Atacado 2
Outros produtos também influenciaram a queda do índice de preços por atacado, especialmente os combustíveis. A gasolina automotiva teve redução de -9,18% e o óleo diesel recuou -4,82%. Além disso, alguns produtos da pecuária também tiveram redução expressiva como bovinos, com redução de -4,06%, e leite in natura, com queda de -6,72%. 

Consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) ficou quase estável em setembro, com variação de -0,08%. A principal queda foi no grupo de Transportes, que teve variação de -2,93% devido ao preço dos combustíveis. A maior alta ocorreu no grupo de Educação, Leitura e Recreação. As passagens aéreas fazem parte desta categoria e tiveram aumento de 27,61% em setembro. Além disso, o aluguel residencial teve alta média de 1,42% e planos de saúde subiram 1,15%. 

Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) apresentou variação de +0,10% em setembro, apresentando desaceleração em relação a agosto, quando o índice ficou em +0,33%. Enquanto Materiais e Equipamentos tiveram recuo de -0,14% nos preços (alta de +0,03% em agosto), a Mão de Obra teve aumento de +0,26% (alta de +0,54% em agosto) e os Serviços tiveram aumento de +0,34% (contra +0,68% em agosto). 

Estimativas
Novamente, o recuo do IGP-M aconteceu especialmente por conta dos combustíveis, a partir do efeito da redução do ICMS e dos preços internacionais do petróleo, com efeitos diretos e indiretos em outras áreas, tanto para o produtor como para o consumidor. O recuo das matérias-primas também seguiu influenciando a queda do índice e as previsões de mercado são de que o IGP-M feche o ano cotado a 7,95% e recue para 4,70% no final de 2023. 

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