IGP-M (Divulgação)
O IGP-M do mês de agosto teve variação negativa de -0,70%. A última vez que o IGP-M havia registrado uma variação negativa havia sido em setembro do ano passado, quando o índice teve recuo de -0,64%. Com a variação obtida agora, o IGP-M acumula alta de 7,63% neste ano. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 8,59%.
Contratos
O IGP-M é o índice utilizado para o reajuste de diversos contratos, como a maioria dos contratos de aluguel, por exemplo. Além disso, o IGP-M também é utilizado no reajuste de algumas tarifas públicas e nos contratos antigos de seguros e de planos de saúde. Por isso, a alta do IGP-M traz impactos significativos na elevação do custo de vida, através da alta que transmite para o valor desses contratos.
FRASE
"Os combustíveis fósseis, dada a redução do ICMS e dos preços na refinaria, seguem exercendo expressiva influência sobre os resultados."
André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV
Composição
O IGP-M é um índice de inflação composto a partir de uma média de três outros índices de preços: o Índice de Preços por Atacado (IPA-M, com peso de 60%), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M, com peso de 30%) e o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC-M, com peso de 10%). A letra M ao final de cada um desses índices significa que todos eles são calculados a preços de mercado.
Composição 2
Pela maneira como é calculado, o IGP-M acaba se aproximando mais de um índice de inflação ao produtor do que de inflação ao consumidor, pois o maior peso do índice reflete a variação de preços no atacado. Dessa forma, o IGP-M captura aumentos de preços de matérias-primas, produtos agrícolas, insumos da indústria e da construção civil, além dos preços de bens e serviços finais ao consumidor.
Atacado
O Índice de Preços por Atacado (IPA-M) teve variação negativa de -0,71% em agosto. Em julho, a variação havia sido de +0,21%. O principal item responsável pela queda do índice foram os combustíveis para o consumo, que tiveram variação de -6,38% em agosto. A parcela do índice relativa a Bens Finais (Ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, teve variação de -0,12% em agosto (em julho a variação foi de +0,81%).
Atacado 2
Ainda nos preços por atacado, a variação de preços de bens intermediários foi de -0,76% em agosto, puxada especialmente por combustíveis e lubrificantes para a produção, que recuaram -1,55% no mês. Excluindo-se combustíveis e lubrificantes, a variação de bens intermediários foi de -0,57%. As matérias-primas brutas também registraram recuo, caindo -0,63% em média. As principais variações foram do minério de ferro (-5,76%), trigo em grão (-4,99%) e algodão em caroço (-4,43%).
Consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) teve variação negativa de -1,18% em agosto. A principal queda foi no grupo de Transportes, que teve variação de -4,84%. O preço da gasolina, que já tinha tido recuo de -7,26% em julho, nesse mês estendeu ainda mais a queda de preços, apresentando variação negativa de -15,14% em agosto.
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) apresentou variação de +0,33% em agosto, tendo desaceleração em relação a julho, quando o índice ficou em +1,16. Dois grupos tiveram desaceleração: Materiais e Equipamentos, com variação de +0,03% (em julho havia sido +0,62%) e Mão de Obra, com variação de +0,54% (em julho havia sido +1,76% para 0,54%). O grupo de Serviços de teve variação de +0,68%, acelerando em relação a julho (+0,49%).
Combustíveis
O recuo do IGP-M aconteceu especialmente por conta dos combustíveis, através da redução do ICMS e dos preços na reginaria, com efeitos diretos e indiretos em outras áreas. Esse recuo alivia a pressão sobre os contratos, especialmente os de aluguel. Em agosto de 2021, o IGP-M acumulava uma alta de 31,12% nos doze meses anteriores. Agora, a alta em doze meses recuou para 8,59% que, embora seja alto para um índice de inflação, é a média do acumulado do IGP-M nos últimos 15 anos.