XEQUE-MATE DO ESPORTE

Ídolos que cativam

ELIAS AREDES, interino
21/12/2023 às 09:08.
Atualizado em 21/12/2023 às 09:08
Caíque França e Régis (Diego Almeida/PontePRESS e Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Caíque França e Régis (Diego Almeida/PontePRESS e Thomaz Marostegan/Guarani FC)

O final de ano se aproxima e a pergunta fica latente na mente do torcedor: onde estão os ídolos do futebol campineiro? Caíque França deixou o torcedor da Ponte Preta órfão, pois unia carisma e talento. Elvis? Tem capacidade técnica, mas falta-lhe uma maior conexão com a arquibancada, tipo a que estabeleceu Adrianinho e Renato Cajá. No Guarani, tudo girava em torno de Régis. Como o desempenho ficou aquém do esperado, a frustração foi inevitável.

Ganhos sem medida

Um ídolo incontestável mobiliza torcedores, alavanca receitas, proporciona novas possibilidades de marketing e dá esperança de bons resultados. Cajá foi o último que encarnou este papel na Ponte Preta. Fumagalli entrou para a história do Guarani ao ser vice-campeão na Série C em 2016 e campeão da Série A2 do Campeonato Paulista em 2018. Hoje, vários chegam como rojões e viram traques no gramado.

FRASE

"Vamos trabalhar para brigar por coisas grandes. Chega de sufoco, de coisa pequena"

Fábio Carille, novo técnico do Santos

Protagonista
João Brigatti é um técnico com cara e jeito de ídolo. Sabe como poucos o sofrimento do torcedor pontepretano e virou herói por ter salvado a Macaca em diversas ocasiões, como na Série B deste ano. Como as contratações da Ponte Preta devem ser modestas e sem brilho, a esperança ficará depositada sobre o ex-goleiro e sua Comissão Técnica. A idolatria deve aumentar.

Mãos atadas
Quando dirigiu o Guarani pela primeira vez, em 2018, Umberto Louzer saiu com saldo positivo, especialmente pela conquista da Série A2. Não era um ídolo do padrão de Carlos Alberto Silva e Oswaldo Alvarez, o Vadão, mas era querido. As contratações na janela de transferências e o consequente fracasso no gramado em 2023 deixaram, de maneira injusta, Louzer em má situação com a torcida. A hora é de recuperação.

Falta algo
No Guarani, algo faz muita falta: um ídolo criado nas categorias de base. O lateral-esquerdo Matheus Bidu e o atacante Davó foram os últimos que nutriram a esperança de que poderiam produzir algo diferente no torcedor. Suas saídas colocaram tudo por água abaixo.

Pode faltar
Felipe Amaral, Léo Naldi e Felipinho foram revelados nos corredores do Moisés Lucarelli. Tiveram boas participações nas últimas temporadas. A fixação como ídolo pode não acontecer. Motivo: podem ser vendidos para cobrir o rombo nas contas da Ponte Preta. Vida dura a do torcedor pontepretano.
Luta
Augusto Melo não desistiu de contratar Gabigol. Vai tentar levá-lo ao Parque São Jorge. O Flamengo vai tentar segurá-lo de todas as formas. Não somente pelos títulos que conquistou, mas principalmente porque é um ídolo das arquibancadas e arregimenta recursos. Ìdolo custa caro. Mas dá retorno.

Reposição
O Grêmio teve nesta temporada Luis Suárez no time titular, ídolo do futebol mundial. Fez 29 gols. Deixou saudades. A diretoria busca desesperadamente alguém que possa substituir o jogador uruguaio. Eles esquecem que não há como substituir um ídolo desse porte.

Milagre?
O Palmeiras foi campeão brasileiro com um esquema com três zagueiros, com um candidato a ídolo chamado Endrik e sem contar com o futebol de Dudu, afastado por lesão. O técnico Abel Ferreira aproveitou-se do vacilo do Botafogo e levantou a taça. Sem o seu jogador mais precioso, (ainda) à frente de Endrick. Ou seja, o astro não está no gramado e sim no banco de reservas.

Tricolor recheado
O Fluminense está na final do Mundial de Clubes e sai com saldo positivo, independente daquilo que ocorrer no jogo contra o Manchester City, amanhã. Tem dois ídolos, os atacantes Germán Cano e John Kennedy. Sem contar Arias, que é um coadjuvante de luxo. E tudo isso com investimento bem menor do que gigantes como Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Isso é fazer muito com pouco.

Dirigente ídolo?!

Dezembro é o palco ideal para os dirigentes. Enchem o peito para anunciar contratações, prometem mundos e fundos. Querem ser ídolos. Julio Casares, do São Paulo, e os presidentes eleitos de Santos e Corinthians, Marcelo Teixeira e Augusto Melo, se encaixam neste modelo. Leila Pereira, que não tem mais nada a provar no Palmeiras, fica quieta e sem alarde. Em Campinas, os dirigentes de Ponte Preta e Guarani preferem não falar. Se resguardam. Quando falam, a decisão é emitir conceitos vagos. Dificilmente serão ovacionados pela plateia. São candidatos a vilões.

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