EDITORIAL

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Do Correio Popular
09/09/2022 às 14:39.
Atualizado em 09/09/2022 às 14:39
Organização das Nações Unidas (ONU) (Arnaldo Jr / Shutterstock.com)

Organização das Nações Unidas (ONU) (Arnaldo Jr / Shutterstock.com)

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) antecipam um cenário perturbador relativo à segurança hídrica em todo o planeta. Diante da estimativa de um crescimento demográfico de três bilhões de pessoas até 2050, a demanda por água potável deve aumentar 70% em relação ao consumido atualmente. O alerta sinaliza que, até 2030, quase a metade da população mundial terá problemas de abastecimento. Portanto, a utilização da água de reúso em atividades que dispensam o uso do recurso pronto para consumo humano torna-se essencial no enfrentamento dos gargalos operacionais das grandes metrópoles. Por outro lado, a solução tende a reduzir a necessidade de captação em mananciais, protegendo essas fontes naturais.

Um memorando assinado esta semana no gabinete do prefeito Dário Saadi (Republicanos) constitui o primeiro passo para mais uma ação de vanguarda no saneamento e meio ambiente. Trata-se da celebração de um termo inicial de compromisso entre duas gigantes do setor: a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) e a Aegea, maior empresa privada do segmento do país, que atua em 154 municípios de 13 estados, alcançando 21 milhões de consumidores. O projeto prevê a união de esforços, conhecimento técnico e investimentos na exploração do líquido reciclado, proveniente do tratamento de esgoto, para fins industriais em Campinas e região. Quanto à legalidade, essa iniciativa surge no âmbito das regras autorizadas pelo Novo Marco legal do Saneamento, que possibilita a formalização de ações conjuntas dessa natureza.

Como bem pontuaram o alcaide e o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Junior, a aplicação dessa fórmula representa uma boa alternativa em termos ambientais e de proteção à bacia hidrográfica que abastece o município, dado que evitará o desperdício dos recursos fluviais nobres para usos como o resfriamento de caldeiras, por exemplo.

Para processos como esse, as empresas poderão comprar o volume renovado com 99% de pureza, colaborando para a vitalidade dos rios que abastecem a metrópole e economizando a pouca água destinada a beber, cozinhar e higiene pessoal. A parceria anunciada pela Sanasa no mercado de água de reúso trará benefícios inestimáveis aos moradores da região metropolitana, contribuindo para a economia desse vital e precioso bem natural, numa atitude ambientalmente responsável e positiva do ponto de vista da imagem corporativa da companhia perante a sociedade.

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