O Ibovespa fechou o mês de junho aos 98.541 pontos, com desvalorização de -11,5% em relação ao mês anterior (Reprodução)
O mês de junho terminou e com ele se foi a primeira metade de 2022. O primeiro semestre do ano foi marcado por inflação persistente no Brasil e em todo o mundo, a eclosão de uma guerra causando alta das commodities e do petróleo, além de grandes turbulências nos mercados com o temor de recessão nas principais economias do mundo, além de dúvidas sobre a política fiscal aqui no Brasil.
Ibovespa
O Ibovespa fechou o mês de junho aos 98.541 pontos, com desvalorização de -11,5% em relação ao mês anterior. Foi a maior perda de valor mensal desde março de 2020, quando as ações despencaram por causa da pandemia. No acumulado do ano, a bolsa brasileira acumula perdas de -6%. As ações das empresas brasileiras têm sofrido com a perspectiva de um menor crescimento mundial e maior aversão ao risco.
FRASE
“A melhor parte da beleza é aquela que nenhuma imagem consegue expressar."
Francis Bacon, filósofo inglês
Bolsas Internacionais
As bolsas americanas também amargaram grandes perdas em junho. O índice Dow Jones da bolsa de NY teve variação de -6,7%, o S&P500 teve queda de -8,4% e a Nasdaq recuou -8,7%. No ano, as perdas nesses mercados estão entre -15% e -30%. Na Europa, o índice de referência fechou junho com queda de -8,8% e as perdas acumuladas no ano já chegam a -20%.
Câmbio
O Dólar teve alta de 10,77% frente ao Real, fechando o mês cotado a R$ 5,24 e anulando parte da valorização que a moeda brasileira obteve no primeiro semestre. Em 2022, o dólar acumula queda de -6,14% em relação ao Real. O Euro também teve alta, fechando junho cotado a R$ 5,48 com alta de 8,05% no mês. No ano, o Euro acumula queda de -13,24% em relação ao Real.
Renda Fixa
Em junho, a caderneta de poupança teve uma remuneração de quase 0,70% (cadernetas com aniversário em 28 de junho). Com a taxa Selic atualmente cotada a 13,25% ao ano (a próxima reunião do Copom acontece no começo de agosto e deve marcar um novo aumento da Selic), o DI ofereceu remuneração de 1,01% no mês de junho.
Índices de Rentabilidade
O IRF-M teve alta de 0,37% em junho, mostrando que os títulos pré-fixados continuam aumentando sua rentabilidade mês a mês. O IFIX, índice de referência para os fundos em investimentos imobiliários, recuou -0,85% em junho, zerando os ganhos do ano. Em 2022, o IFIX acumula um leve recuo de -0,31%.
Petróleo
O petróleo encerrou o mês com uma pequena queda, cotado aos US$ 114,94 e com uma variação de -1,09% em relação ao mês passado. Apesar da continuidade das restrições de fornecimento, o recuo deste mês vem em decorrência dos temores de desaceleração da economia e queda na demanda. No ano, o preço do petróleo acumula alta de 47,6%, mantendo a pressão sobre os preços dos combustíveis.
Ouro
O preço do ouro teve nova desvalorização, com queda de -1,8%. Já é o terceiro mês seguido de queda do preço do ouro. As taxas de juros mais altas, tanto no mercado à vista como no mercado de futuros, fazem os investidores que buscam segurança se moverem para a renda fixa em Dólar e não mais para o ouro. O Bitcoin teve outra gigantesca desvalorização, perdendo -39,17% neste mês. No ano, o Bitcoin já teve perdas de -55% em seu valor.
Inflação
A inflação continua em alta. O IPCA-15 ficou em 0,69% em junho, alcançando 12,04% no acumulado de 12 meses. O IGP-M fechou o mês com alta de 0,59%, acumulando 8,17% somente no primeiro semestre. Por conta da inflação persistente e também devido ao equilíbrio cambial, é muito provável que o ciclo de aumento das taxas de juros seja prolongado.
Esperança
O mês de junho definitivamente não foi bom para os mercados. As bolsas caíram, o Real se desvalorizou e a inflação continua elevada. Mas ultrapassamos a metade do ano. E mesmo com todos os desafios por vir no segundo semestre, que possamos manter a esperança no futuro. Começando por hoje, pois não existe um dia mais especial do que hoje.
