xeque-mate da economia

Fechamento do Mês

Estéfano Barioni
01/06/2022 às 20:44.
Atualizado em 02/06/2022 às 08:12
O Ibovespa fechou o mês de maio aos 111.350 pontos, com valorização de 3,22% em relação ao mês anterior (Divulgação)

O Ibovespa fechou o mês de maio aos 111.350 pontos, com valorização de 3,22% em relação ao mês anterior (Divulgação)

Maio reverteu parte dos movimentos ocorridos no mês de abril. Se por um lado, o conflito bélico na Ucrânia continua pressionando os preços das commodities, os temores de elevações de juros mais agressivas no Estados Unidos vão ficando de lado e o medo de uma recessão mundial também diminui com os relaxamentos dos lockdowns na China. 

Ibovespa

O Ibovespa fechou o mês de maio aos 111.350 pontos, com valorização de 3,22% em relação ao mês anterior e recuperando parte das perdas ocorridas em abril. No acumulado do ano, a bolsa brasileira está com valorização de 6,23%. Resultados menos positivos no exterior, além da desvalorização do Real que aconteceu em abril, tornaram as ações das empresas brasileiras atrativas aos investidores internacionais. 

FRASE

"Há força nos números, mas organizá-los é um dos grandes desafios."
John Matter, cientista norte-americano 

Bolsas Internacionais

Depois de oscilarem muito, as bolsas americanas ficaram praticamente estáveis no mês de maio. O índice Dow Jones da bolsa de NY teve variação de 0,04%, o S&P500 ficou estável (0,01%) e a Nasdaq recuou -2,05%, com as ações das empresas de tecnologia sendo mais sensíveis à alta dos juros. Na Europa, que sofre mais com as consequências da guerra, o índice de referência teve queda de -0,36%. 

Câmbio

O Dólar teve queda de -4,89% frente ao Real, fechando o mês cotado a R$ 4,73 e devolvendo parte do valor ganho sobre a moeda brasileira no mês passado. Em 2022, o dólar acumula queda de -15,26% em relação ao Real. O Euro emendou mais um mês de queda, fechando maio cotado a R$ 5,08 com recuo de -3,19% no mês. Com juros ainda negativos na Europa, o Euro tem perdido valor frente a outras moedas do mundo. 

Renda Fixa 

No mês de maio, a caderneta de poupança teve uma remuneração de 0,61% (cadernetas com aniversário no dia 28 de maio). Com a taxa Selic atualmente cotada em 12,75% ao ano (será aumentada novamente agora em junho, provavelmente para 13,25%), o DI ofereceu remuneração de 0,99% no mês de maio. 

Índices de Rentabilidade

O IRF-M, índice que mede a variação da remuneração dos títulos públicos pré-fixados teve variação de 0,58% em maio, mostrando que os títulos pré-fixados tiveram rentabilidade maior em maio do que em abril. O IFIX, índice que engloba fundos em investimentos imobiliários, ficou quase estável em maio, com variação positiva de 0,25%. No ano, o IFIX tem ganhos de apenas 0,54%. 

Petróleo

O petróleo encerrou o mês de maio com forte alta em relação a abril, cotado aos US$ 116,21 e com uma variação de 8,03% em relação ao mês passado. A forte valorização deste mês vem em decorrência do prolongamento do conflito na Ucrânia e com a recente decisão da Europa de embargar o petróleo russo. No ano, o preço do petróleo já acumula alta de 49,2%, com impactos negativos na inflação global.

Ouro

Assim como no mês de abril, em maio o preço do ouro teve nova desvalorização, com queda de -3,27%. As taxas de juros mais altas, tanto no mercado à vista como no mercado de futuros, atraem os investimentos mais conservadores para a renda fixa em Dólar em detrimento do ouro. O Bitcoin teve enorme desvalorização de -23,34% em maio, em uma corrida para ativos reais e seguros. 

Inflação

A inflação continua em alta e provavelmente atingiu seu ponto máximo. O IPCA-15 ficou em 0,59% em maio, alcançando alta de 12,2% no acumulado de 12 meses. O IGP-M fechou maio com alta de 0,52% acumulando 10,72% nos últimos 12 meses. O IPCA de maio será divulgado apenas no dia 09 de junho, mas projeta-se que o índice fique abaixo de 12% no acumulado de 12 meses, recuando pela primeira vez no ano. 

Perspectivas

Neste mês, nos dias 14 e 15, o Copom se reunirá mais uma vez e deve aumentar de novo a taxa básica de juros. Desta vez, a Selic deve ser elevada a 13,25% ao ano, possivelmente marcando o fim do ciclo de alta de juros. Nos mesmos dias, o FOMC, órgão norte-americano equivalente ao Copom, também aumentará os juros da economia dos Estados Unidos, provavelmente para 1,5% ao ano. 
 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por