XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Fechamento de março

Esféfano Barioni
04/04/2023 às 12:57.
Atualizado em 04/04/2023 às 12:57
Fechamento do mês (Diana Cheng/Money Times)

Fechamento do mês (Diana Cheng/Money Times)

No mês de março, tivemos um descolamento do mercado brasileiro em relação aos mercados internacionais. Enquanto as principais bolsas dos Estados Unidos e da Europa tiveram significativas valorizações, o mercado brasileiro de ações sofreu perdas, ainda pressionado por incertezas em relação à condução da política econômica e sobre as possibilidades de crescimento da economia.

Ibovespa

O Ibovespa fechou o mês de março aos 101.822 pontos, com uma desvalorização de -2,91% em relação ao mês anterior. Com esse resultado, a bolsa brasileira fecha o primeiro trimestre do ano com queda acumulada de -7,16%. Nos últimos seis meses, foram cinco meses com variações negativas para o principal índice da bolsa de valores brasileira, e o Ibovespa registra queda acumulada de -15,1% nos últimos 12 meses.

FRASE

"Era um daqueles dias de março em que o sol brilha quente e o vento sopra frio: um daqueles dias em que é verão na luz e inverno na sombra"

Charles Dickens, escritor britânico 

Bolsas internacionais

Ao contrário, as bolsas americanas tiveram ganhos em março, mesmo com alguma instabilidade no sistema bancário do país. No mês passado, o índice Dow Jones da bolsa de NY teve variação de +1,89%, o S&P500 teve alta de +3,51% e a Nasdaq subiu +6,69%. Na Europa, o índice de referência fechou o mês com alta de +1,81%. No trimestre, o S&P500 já tem alta de +7,03% e o índice europeu alcança alta de +13,74%.

Câmbio

Por outro lado, a variação do câmbio foi favorável ao Real. Em março, o Dólar registrou queda de -2,45% frente ao Real, fechando o mês aos R$ 5,08. É praticamente a mesma cotação do fim de janeiro. O Euro teve ligeira queda, com recuo de -0,36% no mês e fechando março cotado a R$ 5,50. No primeiro trimestre do ano, o Dólar acumulou uma queda de -2,63% e o Euro acumulou perda de -1,17% frente ao Real. 

Renda fixa

Neste mês, a caderneta de poupança teve remuneração de 0,67% (cadernetas com aniversário em 28 de março). Em março, a taxa Selic foi mantida inalterada a 13,75% ao ano pelo Copom e o DI ofereceu remuneração de 1,17% no mês. A próxima reunião do Copom acontece nos dias 2 e 3 de maio, e são poucas as chances de uma redução na taxa de juros ainda no primeiro semestre. Assim, a renda fixa continuará com rentabilidade muito atrativa.

Índices de rentabilidade

O IRF-M teve alta de +2,15% em março. Apesar dos atritos entre o governo e o Banco Central, houve novamente uma leve acomodação nas expectativas de juros futuros. O IFIX, índice de referência para os fundos em investimentos imobiliários, teve queda de -1,76% em março. No primeiro trimeste, as perdas do IFIX chegam a -3,70% e em seis meses o recuo é de -7,7%. As perdas no setor acontecem especialmente pelo não pagamento de alugueis de alguns clientes corporativos.

Petróleo

O petróleo teve mais uma queda, apresentando recuo pelo quinto mês consecutivo e fechando o mês de março cotado a US$ 79,95/barril e uma variação de -4,61% em relação ao mês passado. Em 12 meses, o preço do petróleo já apresenta recuo de -25,9%, estando em um valor mais baixo do que logo antes do início da guerra na Ucrânia.

Ouro

O ouro fechou março com expressiva alta de +7,53%. Em seis meses, a alta do ouro chega a +18,6%. As incertezas sobre o desempenho da economia acabam levando alguns investidores a buscar a segurança do ouro, e esse sentimento se intensificou com as recentes quebras de dois bancos nos Estados Unidos. O Bitcoin teve expressiva alta de +20,16% em março e no primeiro trimestre de 2023 sua valorização já é de +71,90% (mas continua negativo no acumulado de 12 meses).

Inflação

O IGP-M, índice utilizado para o reajuste da maioria dos contratos de aluguel, teve leve alta de +0,05% no mês, e seu acumulado nos últimos 12 meses recuou para meros +0,17% a.a. A inflação de março medida pelo IPCA será divulgada apenas no dia 11 de abril e as estimativas são de que registre um aumento na comparação mês a mês, mas recuo no acumulado em 12 meses, ficando por volta de 4,7% ao ano.

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