XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Fechamento de Junho

Estéfano Barioni/[email protected]
02/07/2024 às 16:44.
Atualizado em 02/07/2024 às 16:44
 (REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados)

(REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados)

O mês de junho foi particularmente difícil para os ativos brasileiros. Embora a bolsa brasileira tenha fechado omês com variação positiva, as medidas de risco aumentaram muito, com forte elevação das taxas de juros futuras e disparada do Dólar. No cenário internacional, as bolsas americanas avançaram seus ganhos ainda na esteira da euforia com a inteligência artificial, enquanto na Europa perdas foram registradas especialmente por conta da situação política na França.

Ibovespa

O Ibovespa encerrou omês de maio aos 123.906 pontos, com alta de +1,48% em relação ao mês anterior, quando a bolsa brasileira havia fechado omês no menor valor do ano (até então). Voltaram a prevalecer temores de que o governo repita a velha receita adotada no passado de aumentar gastos, alocando recursos preciosos em projetos de baixo retorno. No entanto, na segunda metade do mês o índice se recuperou. No ano, o Ibovespa registra queda acumulada de -7,66%.

a frase

“Cheque os fatos primeiro; depois você pode distorcê-los como quiser."
Mark Twain, escritor americano 

Bolsas Internacionais 

As principais bolsas americanas registraram ganhos em junho. O índice Dow Jones teve alta de +1,12% no mês, o S&P500 teve ganho de +3,47% (alta de +24,7% em 12 meses) e a Nasdaq, bolsa das empresas de tecnologia, teve alta de +5,96% (alta de +30,8% em 12 meses). Na Europa, o índice de referência fechou o mês com queda de -1,80%, acumulando alta de +12,4% nos últimos doze meses. 

Câmbio 

O mês de junho foi marcado pela disparada do Dólar. O Real já vinha se desvalorizando frente às moedas internacionais, mas esse processo se intensificou no mês passado. Em junho, o Dólar teve alta de +6,05% frente ao Real, fechando o mês cotado a R$ 5,56. Só neste ano, o Dólar já acumula alta de +14,82%. O Euro também teve nova alta, subindo +4,73% frente ao Real e encerrando o mês passado aos R$ 5,96 com alta acumulada de +11,27% em 2024.

Renda Fixa 

A caderneta de poupança continuou oferecendo remuneração de 0,59% (cadernetas com aniversário em 28 de junho). Em junho, tivemos a interrupção dos cortes de juros e a Selic foi mantida em 10,5% ao ano, patamar que provavelmente será mantido até o fim do ano. O DI ofereceu uma rentabilidade bruta de 0,83% em junho. Nos últimos doze meses, a rentabilidade acumulada do DI foi de 11,74%. 

Índices 

Os contratos futuros de DI para 5 anos fecharam o mês de junho com rentabilidade de 12,38% ao ano, subindo pelo sexto mês consecutivo, devido ao aumento na percepção de risco. Devido à deterioração das contas fiscais, os investidores projetam inflação mais forte e isso provoca um aumento nas taxas de juros nominais para compensar a perda esperada do poder de compra. O IFIX, índice de referência para fundos em investimentos imobiliários, teve queda de -1,1% no mês. 

Petróleo 

O petróleo registrou uma significativa alta de +4,54% em junho, com sua cotação fechando o mês aos US$ 85/barril. Aumentos das tensões geopolíticas no Oriente Médio causaram a elevação no preço, que em 12 meses já subiu +21,8%. Somado ao avanço do Dólar, o preço do petróleo volta a pressionar o preço dos combustíveis no Brasil. Só nesse ano, o aumento do petróleo em Reais já chega a 26,6%.

Ouro 

O ouro fechou o mês de junho praticamente estável, com queda de -0,03%, mantendo-se perto da máxima histórica. Em doze meses, a alta do ouro é de +21,8%. O Bitcoin tem oscilado entre meses de fortes ganhos e meses de fortes quedas. Junho foi um mês de queda para a criptomoeda, que teve desvalorização de -9,94%. Mesmo assim, a alta do Bitcoin em 2024 é de 44,5%. 

Inflação 

O IGP-M registrou variação de +0,81% em junho, subindo com a alta de matérias-primas e o impacto do Dólar, que ainda não foi totalmente capturado. Em doze meses, o IGP-M acumula ganhos de +2,45%. O IPCA-15 teve alta de +0,39% em junho, alcançando +4,06% em 12 meses. O IPCA oficial de junho será divulgado no dia 10 de julho e deve ter uma alta em torno de +0,30% no mês, fazendo o acumulado do índice acelerar para 4,30% ao ano.

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