Fechamento (Divulgação)
Janeiro foi um mês de recuo nos mercados financeiros brasileiros, com muitos investidores (especialmente os estrangeiros) realizando os lucros que tiveram em 2023. Esse movimento é natural de acontecer e já era esperado. No entanto, em janeiro as principais bolsas nos Estados Unidos e Europa estenderam os ganhos, mostrando que nesse momento, para os investidores internacionais, a bolsa brasileira oferece mais riscos e menos potencial de ganho.
Ibovespa
O Ibovespa encerrou o mês de janeiro aos 127.752 pontos, com desvalorização de -4,79% em relação ao mês anterior. A queda ocorreu por conta da realização de lucros do ano anterior e por maiores apreensões em relação ao desempenho da economia, especialmente devido às incertezas sobre a situação fiscal. Mesmo com a queda de janeiro, nos últimos doze meses o Ibovespa teve uma valorização de +12,6%.
FRASE
"Todos nascemos loucos. Alguns permanecem assim."
Samuel Beckett, escritor irlandês
Bolsas Internacionais
As principais bolsas internacionais, ao contrário, seguiram se valorizando em janeiro. O índice Dow Jones, de indústrias mais tradicionais, teve alta de +1,22% no mês, o S&P500 teve ganhos de +1,54% (registrando +18,9% em 12 meses) e a Nasdaq, formada pelas empresas de alta tecnologia, teve alta de +1,02%. Na Europa, o índice de referência fechou o mês com ganhos de +2,80%. Janeiro foi o terceiro mês consecutivo de altas nessas bolsas.
Câmbio
No câmbio, o Real teve desvalorização frente às principais moedas por conta da saída de capital dos investidores estrangeiros. Em janeiro, o Dólar teve alta de +2,32% frente ao Real, encerrando o mês cotado aos R$ 4,95. Nos últimos seis meses, o Dólar acumula alta de +4,5%. O Euro teve alta de +0,54% frente ao Real, fechando o mês passado aos R$ 5,38 e acumulando uma alta de +3,0% nos últimos seis meses.
Renda Fixa
No mês passado, a caderneta de poupança teve remuneração de 0,54% (cadernetas com aniversário em 28 de janeiro). No último dia 31, a Selic foi reduzida para 11,25% depois de passar todo o mês de janeiro aos 11,75%, e o DI ofereceu uma rentabilidade bruta de 0,92% em janeiro. Nos últimos doze meses, a rentabilidade acumulada do DI foi de 12,87%.
Índices
Os contratos futuros de DI para 5 anos fecharam o mês de janeiro com rentabilidade de 10,35% ao ano. Depois de dois meses de queda, esses contratos voltaram a subir, refletindo o aumento na percepção de risco. Quanto maior o risco, maior o custo do capital, fazendo com que subam as taxas de juros de longo prazo. O IFIX, índice de referência para fundos em investimentos imobiliários, teve alta de +0,69% em janeiro, acumulando ganhos de +18,2% em doze meses.
Petróleo
O petróleo teve alta em janeiro, depois de três meses seguidos de quedas, e sua cotação fechou o mês aos US$ 80,55/barril, com alta de +4,50%. Janeiro teve fortes ondas de frio no hemisfério norte, contribuindo para aumentar em muito a demanda de energia fóssil para aquecimento nessa região. Com isso, o petróleo acompanhou a alta puxada por esta demanda. Nos últimos doze meses, a cotação do petróleo apresenta queda de -6,0%.
Ouro
O ouro fechou novembro com queda de -1,12% depois de três meses de alta. Com a extensão dos ganhos nas bolsas de valores, muitos investidores são tomados pelo entusiasmo e acabam preferindo os ativos de risco frente à segurança do ouro. O Bitcoin passou a maior parte de janeiro em queda, mas nos últimos dias se recuperou e teve alta de +1,16% no mês, acumulando ganhos de +83,8% nos últimos doze meses.
Inflação
O IGP-M ficou praticamente estável em janeiro, com alta de +0,07%, depois de quatro meses de altas mais fortes. O IPCA-15 teve alta de +0,31% no mês, fazendo com que o acumulado em doze meses recuasse para +4,47%. O IPCA de janeiro será divulgado no dia 08 de fevereiro e a atual alta acumulada é de +4,62% em doze meses. No último dia do mês, o Copom reduziu a Selic para 11,25% ao ano e deve realizar um novo corte de juros na próxima reunião, em março.