Mercado financeiro (Divulgação)
Fevereiro foi outro mês de muita volatilidade nos mercados, com as primeiras decisões desse ano sobre taxas de juros aqui no Brasil e nos Estados Unidos, e com direito a feriado de carnaval, o que acaba diminuindo os dias de mercado aberto e tornando as variações de cada dia mais importantes. A bolsa brasileira registrou um significativo recuo, assim como nos Estados Unidos.
Ibovespa
O Ibovespa fechou fevereiro aos 104.932 pontos, com uma desvalorização de -7,49% em relação ao mês anterior. Com o resultado, a bolsa brasileira devolve os ganhos obtidos em janeiro e já passa a operar no vermelho neste ano, com queda acumulada de -4,38%. O valor de fechamento de fevereiro é o menor desde julho do ano passado, e o Ibovespa registra queda de -7,3% nos últimos 12 meses.
FRASE
"Fevereiro é o mês em que o carnaval se faz presente e a alegria contagia as pessoas"
Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro
Bolsas internacionais
As bolsas americanas também tiveram perdas em fevereiro, devido a sinais de que a inflação continua pressionada no país, exigindo maior rigor no aperto monetário. Neste mês, o índice Dow Jones da bolsa de NY teve variação de -4,19%, o S&P500 teve queda de -2,61%% e a Nasdaq caiu -1,11%. Na Europa, o índice de referência fechou o mês com alta de +1,80%. Tendo sido mais afetada pela guerra desde o ano passado, a economia europeia tem mais espaço para recuperação agora.
Câmbio
Em fevereiro, o Dólar registrou alta de +2,13% frente ao Real, fechando o mês aos R$ 5,21. É praticamente a mesma cotação em que a moeda norte-americana começou o ano. O Euro teve nova pequena queda, registrando recuo de -0,26% no mês, e fechando fevereiro cotado a R$ 5,52. Em fevereiro do ano passado, o Dólar havia fechado em R$ 5,14 (hoje está 1,3% mais barato) e o Euro estava cotado a R$ 5,78 (hoje 4,4% mais barato).
Renda fixa
Neste mês, a caderneta de poupança teve remuneração de 0,65% (cadernetas com aniversário em 27 de fevereiro). A taxa Selic mais uma vez foi mantida a 13,75% ao ano e, em fevereiro, o DI ofereceu remuneração de 0,92%. Com o feriado de carnaval e menos dias úteis no mês para o dinheiro render, a rentabilidade acaba diminuindo. A próxima reunião do Copom acontece nos dias 21 e 22 de março.
Índices de rentabilidade
O IRF-M teve alta de +0,86% em fevereiro. O risco fiscal tem sido contornado, trazendo uma certa acomodação nas expectativas de juros futuros. O IFIX, índice de referência para os fundos em investimentos imobiliários, teve queda de -0,46% em fevereiro e está no menor valor de fechamento desde junho do ano passado. Em seis meses, o índice já perdeu -5,6%. O não pagamento de alugueis de alguns clientes corporativos (como Americanas e Marisa) tem influenciado o setor imobiliário.
Petróleo
O petróleo teve mais uma queda, apresentando recuo pelo quarto mês consecutivo e fechando fevereiro cotado a US$ 83,82/barril e com variação de -2,18% em relação ao mês passado. Em 12 meses, o preço do petróleo já apresenta um recuo de -14,4%. Há um ano, a Rússia invadia a Ucrânia, iniciando um processo que provocou uma forte elevação nos preços internacionais do petróleo nos meses seguintes.
Ouro
O ouro fechou fevereiro com queda de -4,94%, interrompendo uma sequência de valorizações. A possibilidade de que as taxas de juros nos Estados Unidos sofram um aumento mais intenso, torna mais atraente o investimento em títulos de dívida em dólares. O Bitcoin teve alta de +2,27% em fevereiro, e no ano a sua valorização já atinge +43,06%. No entanto, em 12 meses a variação ainda é fortemente negativa (-38,5%).
Inflação
O IGP-M, índice utilizado como reajuste para a maioria dos contratos de aluguel, teve leve recuo de -0,06% no mês, ficando em +1,86% ao ano no acumulado em 12 meses. A inflação de fevereiro medida pelo IPCA será divulgada apenas no dia 10 de março e será influenciada pelo reajuste das mensalidades escolares. No acumulado em 12 meses, o índice de inflação deve ficar por volta de 5,5% ao ano.