Escolhas

A economia é um dos campos do conhecimento que talvez mais se relacione com a questão da escolha. Muito mais do que sobre dinheiro, é sobre as nossas escolhas que a economia se debruça. Afinal de contas, em um mundo onde todos os recursos são finitos e, portanto, escassos, nossas escolhas diárias do que consumir e onde investir nossos recursos (dinheiro, mas também energia e tempo) são elementos definidores de nós mesmos.

Efeitos

Para estudar as escolhas e os efeitos que elas produzem, são desenvolvidos modelos matemáticos que buscam descrever o comportamento humano. Por exemplo, a Teoria do Consumidor descreve como uma pessoa escolhe a partir de suas preferências, que são individuais, mas que obedecem a alguns princípios gerais. Entre esses princípios, está o fato de que todas as pessoas são racionais e estão preocupadas em aumentar o seu próprio bem estar. Ou seja, todos são egoístas.

FRASE

"Procuremos ensinar a generosidade e o altruísmo, porque todos nós nascemos egoístas"

Richard Dawkins, cientista britânico 

Modelos

Os modelos são importantes porque a ideia não é a apenas registrar o que já aconteceu. Não se trata de apenas fazer uma contabilidade do que foi produzido e consumido. A ideia é olhar para frente, e tentar descrever como as escolhas que fazemos sobre o uso dos recursos disponíveis pode alterar o nosso bem estar e impactar os outros a nossa volta.

Macroeconomia

O estudo dos efeitos somados das diversas ações individuais é o foco da macroeconomia. Essa parte da economia lida com os grandes valores agregados: como o PIB, a renda, o consumo das famílias, o investimento das empresas, e sobre os parâmetros que influenciam esses fatores, como a inflação, a taxa de juros, a taxa de câmbio, etc. A microeconomia, por outro lado, foca nos aspectos individualizados, tanto do ponto de vista da empresa como do consumidor.

Microeconomia

Por exemplo, na microeconomia, o foco não é a inflação geral, mas o preço de cada um dos produtos e serviços consumidos por um indivíduo ou empresa, em relação a um orçamento limitado. E dada a grande variedade de produtos e serviços à disposição, somente através de pesquisa e do uso de modelos é possível estudar o comportamento dos consumidores. É daí que vem a importância do estudo das preferências.

Comportamento

Para os modelos econômicos, os consumidores são sempre racionais. Eles sabem quais são os seus próprios interesses individuais, sabem o que provoca o seu próprio bem estar e irão sempre agir no sentido de aumentar esse bem estar, que também é chamado de utilidade. Para os modelos econômicos, não há limites para a utilidade e todos vão agir sempre para aumentar cada vez mais o seu próprio bem estar.

Mais

Enquanto consumidores, suas preferências são "monotônicas", o que quer dizer que são invariáveis (ou monótonas) no sentido de que "mais é sempre melhor". Se existir uma caixa de chocolates com 20 unidades vendida a R$ 10,00 e outra caixa igual, mas com 30 unidades, vendida pelos mesmos R$ 10,00, o consumidor sempre vai escolher a maior. Sempre, pois assim ele está aumentando o seu bem estar.

Extremos

A busca desenfreada pelo próprio interesse e por querer aumentar seu próprio bem estar explicam alguns fenômenos, como o de pessoas que compram em um mercado paralelo produtos que obviamente foram roubados, ou o caso do comerciante que vende um litro de água a R$ 93,00 em uma situação de calamidade, além dos casos abjetos de corrupção e de desvio de dinheiro público em um país onde a pobreza é imensa.

Cidadania

Apesar desses extremos serem bastante comuns, também é possível observarmos comportamentos opostos. Nesse caso, não se trata de uma falha da teoria. A verdade é que não somos apenas consumidores. Antes disso, somos cidadãs e cidadãos. E antes ainda, somos pessoas, seres humanos, e podemos muito bem descobrir que nosso maior bem estar não está em consumir mais, mas em compartilhar mais. Bom feriado a todos.