XEQUE-MATE ECONOMIA / POR ESTÉFANO BARIONI

Energia Elétrica

Estéfano Barioni
18/08/2022 às 10:57.
Atualizado em 18/08/2022 às 10:57
A energia elétrica é um insumo fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

A energia elétrica é um insumo fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

A energia elétrica é um insumo fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. Esse fato é cada vez mais verdadeiro à medida em que se observa um uso cada vez mais intensivo da eletricidade. A expansão do consumo de energia elétrica marcou e continua marcando cada nova fase da Revolução Industrial e da economia. 

2ª Revolução

A segunda fase da Revolução Industrial, ocorrida entre meados do século XIX e até a metade do século XX, baseou-se na expansão da oferta de energia elétrica. As máquinas a vapor, que funcionavam a partir da queima do carvão foram sendo substituídas por máquinas elétricas, mais eficientes, mais fáceis de manter e de operar, trazendo importantes ganhos de produtividade.

FRASE

‘Chegará o tempo em que o conforto e talvez até a própria existência do homem irão depender da eletricidade."

Nikola Tesla, inventor e engenheiro sérvio

3ª Revolução

Posteriormente, elementos puramente mecânicos começaram a ser substituídos por dispositivos compostos por sensores e atuadores comandados eletricamente. Era a terceira Revolução Industrial, baseada em sistemas de automação e controle, que permitiu ganhos ainda maiores na qualidade e na produtividade das empresas. Com ela, aumentou a produção e também aumentou o consumo de eletricidade.

Indústria 4.0

Atualmente está em curso a 4ª Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0, que é baseada na conectividade de sistemas inteligentes interagindo entre si. Nesse novo ambiente, serão desenvolvidas cada vez mais aplicações de computação na nuvem, inteligência artificial e fabricação através de impressão 3D, exigindo uma oferta cada vez maior de energia elétrica.

Eletrificação

Mesmo que as aplicações da Indústria 4.0 ainda estejam longe de ser uma realidade para a maioria das empresas, o aumento da digitalização nos processos produtivos é um fato consumado e sem volta. Este processo de crescente utilização da energia elétrica como insumo básico para a realização de qualquer atividade é chamado de "eletrificação" da economia. 

Eletrificação 2

Na verdade, há muito tempo a eletricidade deixou de ser apenas fonte de iluminação e de alimentação para equipamentos elétricos. Hoje, a eletricidade não é apenas um dos elementos principais para mover a economia, mas também é um insumo básico também para as nossas atividades de lazer e para suprir nossas necessidades de conforto, além de ter revolucionado a forma como nos comunicamos, realizamos pagamentos, etc. 

Elasticidade

É devido ao fenômeno da eletrificação que existe uma elasticidade entre o crescimento econômico e o crescimento no consumo de eletricidade. O aumento da produção causa um aumento ainda maior no consumo de eletricidade. Assim, para que um país consiga crescer de maneira sustentável a uma taxa de 2% ao ano, por exemplo, a oferta de eletricidade deve crescer a 3% ao ano ou mais.

Oferta

Além disso, para que o crescimento econômico seja sustentado, é preciso que a eletricidade esteja disponível nas quantidades exigidas, com qualidade e confiabilidade (ou seja, sempre disponível no exato instante em que for demandada) e também ofertada a preços baixos. Uma eletricidade cara reduz a competitividade da economia e sabota o crescimento.

Crescimento

A demanda atual de eletricidade no Brasil é de cerca de 71 mil MW médios. Para sustentar um crescimento do PIB de 2% ao ano, estima-se que a demanda por eletricidade deverá crescer a 3,4% ao ano. Assim, para conseguir atender a esse crescimento, a demanda elétrica se elevará para 81 mil MW médios em apenas 4 anos. Os dados são do Operador Nacional do Sistema elétrico.

Crescimento 2

A título de comparação, no ano passado (um dos mais secos da história) a usina de Itaipu ofertou pouco menos de 7,6 mil MW médios. Em anos com mais disponibilidade de água, a energia gerada pela usina pode chegar a 10 mil MW médios. É o equivalente à quantidade de eletricidade adicional que o Brasil precisa ter para abastecer uma economia crescendo a módicos 2% ao ano. 

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