ARTIGO

Em Campinas, Semeador de Esperança ganha girassol no peito

Eric Kirschner
01/06/2023 às 11:54.
Atualizado em 01/06/2023 às 11:54
Em Campinas, Semeador de Esperança ganha girassol no peito (Divulgação)

Em Campinas, Semeador de Esperança ganha girassol no peito (Divulgação)

Um girassol, quando amadurece, gira o caule na direção do sol para ganhar mais força. Não é à toa que essa planta heliotrópica virou o símbolo do Centro Socioeducativo Semente Esperança, uma organização social de Campinas que, há 25 anos, acolhe jovens e famílias da região do Paranapanema. Mas e o sol? Nada menos brilhante que a ampliação do desenvolvimento humano e da redução da violência. É muita energia envolvida. Como os girassóis, receberam solidariedade do Semente Esperança 105 mil pessoas nestas duas décadas e meia. Também como os girassóis, todos os que atuam ou atuaram doando alguma energia neste trabalho recebem sempre essa força que é oferecer melhoria ao ser humano.

É essa energia que move hoje mais de 50 pessoas, entre voluntários, funcionários, doadores, oficineiros, gente de todas as classes sociais e profissões para resultados incríveis de desenvolvimento humano. Atualmente o Semente Esperança atende cerca de 180 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, 30 adultos e 150 famílias, moradoras do bairro Paranapanema e entorno. Elas aprendem artes, informática, cidadania, inglês, esportes, educação financeira, práticas ambientais. Foram até agora mais de 2.500 atendimentos diretos, impactando nada menos que 105 mil familiares. Números são frios, mas permitem uma ideia do que vem sendo feito na nossa cidade. Para saber ao certo, o aconselhável é olhar nos olhos de quem está sendo atendido.

O trabalho do Semente Esperança começou com 20 crianças do Paranapanema que ganharam um espaço de apoio para não ficarem desamparados enquanto os pais trabalhavam. Foi ganhando força, até que hoje tem uma sede própria bem estruturada. Tem várias salas para atividades como balé, música, biblioteca, brinquedoteca, cozinha profissional, refeitório, horta, bazar etc. e, principalmente, pessoas com girassóis no peito.

E como é que conseguimos fazer tudo o que nos propomos? A teoria é bem fundamentada, mas a prática nos mostra que funciona mesmo. Então, sabendo O QUE fazer, desenvolvemos e aprimoramos constantemente o COMO. Como resultado destes anos de trabalho, entendemos que as faixas etárias precisavam de atendimentos específicos e dividimos nossos projetos em três: 1). Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que atende crianças de 6 a 12 anos, com 15 oficinas, 2). Arte e Cultura, com as oficinas de Ballet, Hip Hop, Percussão, Violão, Artes Manuais, Criarte e Musicalização e 3). Semeando Saber, com oficinas de Informática, Mil Histórias, Cidadania em Ação e Jogos Pedagógicos.

Para complementar, temos vários outros projetos para faixas etárias específicas. Até as mães da comunidade são atendidas. Atualmente 35 mulheres estão nas nossas oficinas, desde artesanato, dança até alimentação saudável e empoderamento.

Para finalizar nosso relato, vale reforçar que o Semente Esperança não trabalha sozinho. Atua juntamente com toda a Rede de Serviços Municipais como Centro de Saúde, Centro de Referência da Assistência Social, Conselho Tutelar e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, além do apoio da FEAC e de vários apoiadores.

E assim funcionam nossos sonhos: cada vez que eles viram realidade, já começam a crescer outros e assim vão brotando, crescendo, virando realidade e nós vamos atrás, sonhando, construindo e vivendo cada etapa como se fosse a última, sabendo, no entanto, que sempre vão acontecer outras mais, numa evolução constante. É essa energia que nós colamos no Semente Esperança. Se você também quer ter esse girassol no peito, venha com a gente. Todos podem colaborar de alguma forma. Para saber mais sobre a nossa organização, entre no nosso site www.sementeesperanca.org.br

■ Eric Kirschner, médico de Família e Comunidade com longa atuação no SUS, além de voluntário do Centro Socioeducativo Semente Esperança.

Os artigos assinados expressam o pensamento exclusivo do colunista colaborador e não refletem a opinião da direção do jornal 

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