Educação

Um estudo realizado por pesquisadores da FGV buscou avaliar e quantificar o custo que a educação de má qualidade representa para o país. O estudo apresenta as diversas maneiras pelas quais a educação impacta no desenvolvimento econômico de um país, e a conclusão apontada pelos pesquisadores é a de que o Brasil chega a perder até 2 pontos percentuais no crescimento do PIB por ter uma educação de qualidade precária.

Desenvolvimento

São diversos os aspectos através dos quais uma educação com mais qualidade impacta positivamente no desenvolvimento econômico de um país. Pessoas mais capacitadas trabalham com mais eficiência, cometem menos erros que geram retrabalho e são mais produtivas. São também pessoas mais criativas e capazes de solucionar problemas de maneira inovadora.

FRASE

"A educação é a arma mais eficaz contra a pobreza"

Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU

Empreendedorismo
Além disso, pessoas que tiveram acesso a uma melhor educação possuem competências que as tornam mais capazes de empreender com sucesso, podendo criar técnicas e oportunidades de negócios inteiramente novas. Isso fortalece a economia como um todo, pois a inovação permite dar saltos qualitativos na criação de valor, uma vez que não se trata de simplesmente fazer mais do mesmo. O empreendedorismo é uma grande fonte de crescimento econômico. 

PISA
Voltando à pesquisa, foram considerados os resultados do PISA, elaborado e realizado pela OCDE. O PISA é um exame aplicado a alunos de 15 anos, de escolas públicas e privadas, avaliando suas competências em matemática, ciências, e leitura e compreensão de textos no próprio idioma. O Brasil tem tido um desempenho muito fraco nesse sistema internacional de avaliação da educação, ficando sempre entre as últimas posições do ranking.

PISA 2
Ao examinar alunos de 15 anos, o PISA avalia o ensino básico e fundamental de um país. A última edição do PISA foi realizada entre julho e setembro de 2022, mas os resultados só devem ser divulgados no final deste ano. Não se trata apenas de corrigir provas e divulgar as notas. É feito um estudo estatístico a partir do desempenho geral dos alunos para determinar as pontuações. Essa estatística busca eliminar distorções, inconsistências, pontos fora da curva, etc. 

Pontuação
O último resultado disponível é o da avaliação de 2018. Dos 79 países que participaram da prova de matemática, o Brasil ficou em 71°, com uma pontuação de 382 em relação a uma média de 500 pontos. Em ciências, o Brasil ficou em 65° lugar, com 404 de pontuação, e em capacidade de leitura e compreensão de texto no próprio idioma o Brasil ficou em 58° lugar, com 413 de pontuação. Em todos os quesitos, nós estamos abaixo da média padronizada. 

Resultados
Nas disciplinas avaliadas, o Brasil alcançou pontuações que estão abaixo do nível considerado básico. De cada 10 alunos avaliados, 4 não conseguiam ler as informações de um gráfico, não sabiam identificar a ideia principal de um texto, eram incapazes de solucionar problemas matemáticos com números inteiros e não entendiam os princípios de um experimento científico simples. 

Potencial
O estudo da FGV comparou o desempenho do Brasil com o de outros países no exame do PISA. Também comparou o desempenho econômico em termos de crescimento do PIB, buscando isolar e correlacionar as duas coisas, eliminando outras fontes de disparidades entre os países. A conclusão é a de que, se o Brasil tivesse uma educação com qualidade para obter o nível médio de proficiência, poderia alcançar um crescimento do PIB superior a 2% ao ano. 

Crescimento
Nos últimos 10 anos, o crescimento médio do PIB brasileiro foi de apenas 0,33% ao ano, descontada a inflação. Se avaliarmos em termos per capita, o PIB brasileiro diminuiu 0,47% ao ano. Ou seja, o pouco crescimento que tivemos foi por conta do crescimento populacional, mas a produção por pessoa diminuiu. Precisamos urgentemente retomar o crescimento do país e melhorar nossa educação é o único caminho para isso.