Dúvida do Leitor (Divulgação)
O leitor Renato também enviou uma pergunta para esta coluna: "Sempre optei por alternativas conservadoras na hora de guardar meu dinheiro, escolhendo a boa e velha poupança, mas o gerente do meu banco diz que estou perdendo dinheiro e me sugeriu a aplicação em um fundo de investimento. Como isso funciona? Ele tem razão ou só deve estar querendo me empurrar um produto do banco?". Respondo a seguir.
Fundos de investimento
Os fundos de investimentos são como "condomínios" em que um grupo de investidores reúne os seus recursos financeiros para realizar um investimento coletivo. Existem fundos de diversas naturezas, que investem em ativos como títulos de renda fixa, ações de empresas, imóveis, moedas e commodities. Os fundos são gerenciados por uma empresa especializada, a gestora do fundo, que toma as decisões de investimento em nome dos investidores.
O maior risco é não correr nenhum risco. Em um mundo que muda rapidamente, a única estratégia que certamente falhará é não correr riscos
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook
Cotas
Quando você investe em um fundo, o seu dinheiro é aplicado junto com o dos demais investidores, e você passa a ser proprietário de cotas de fundo, ou seja, frações do patrimônio total investido. O valor das cotas é determinado diariamente com base na valorização dos ativos onde os recursos foram aplicados e no número de cotas existentes. Quando você resgata os recursos, recebe a quantia referente ao valor das cotas que você possui.
Rentabilidade
Seu gerente tem razão. Se você está aplicando seus recursos exclusivamente na caderneta de poupança, você está perdendo oportunidades de fazer seu dinheiro render mais. Especialmente em um cenário de taxa Selic elevada, existem opções de fundos que oferecem, com baixíssimo risco, uma rentabilidade maior do que a da poupança, que atualmente está pagando cerca de 0,65% ao mês.
Características
No entanto, é importante ter em mente algumas características dos fundos de investimento para que essa opção seja de fato adequada para você. Em particular, é preciso observar o tipo de fundo e sua política de investimento, os prazos de resgate (ou seja, o tempo que demora entre o pedido de resgate e o dinheiro cair efetivamente em sua conta), eventuais taxas de entrada ou de saída, e o histórico de rentabilidade.
Tipo e prazo
Como você disse que sempre foi conservador em seus investimentos, o ideal seria optar pelos fundos mais conservadores também, que são os fundos de renda fixa e fundos DI. Esses fundos apresentam baixíssimo risco e normalmente possuem prazos bem curtos entre o pedido de resgate e o recebimento dos valores (geralmente acontecem no dia seguinte ou até mesmo no mesmo dia).
Imposto
É importante lembrar que os fundos estão sujeitos à cobrança de imposto de renda, enquanto a caderneta de poupança é isenta. A alíquota começa com 22,5% sobre os rendimentos, mas vai diminuindo com o passar do tempo, chegando a 15% para investimentos com mais de dois anos de duração. Mesmo com impostos, a rentabilidade maior dos fundos costuma valer a pena sobre os ganhos da poupança.
Garantia
Outra diferença é em relação à garantia. O investimento em caderneta de poupança é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em até R$ 250 mil por CPF (se o banco quebrar, por exemplo). No caso dos fundos de investimento não há essa garantia, mas o risco é extremamente baixo se você escolhe instituições financeiras sólidas, como os principais bancos comerciais.
Retornos passados
Observar os retornos passados ajuda a projetar os ganhos que você terá. É verdade que "a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura", como consta em todos os folhetos sobre o assunto, mas um fundo com bons resultados no passado provavelmente é um fundo bem administrado e bem gerido, o que faz ele ter grandes chances de continuar tendo bons resultados.
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