Dúvida do Leitor

O leitor João enviou sua pergunta para esta coluna, pedindo informações sobre as diferentes opções de investimento financeiro. O João pede: "Gostaria, por gentileza, de um descritivo a respeito dos diferentes tipos de aplicações financeiras existentes, de maneira simples para meu bom entendimento". As opções para investimento são muitas, mas tentarei apresentar os pontos principais a seguir. 

Risco

A primeira e talvez a mais importante diferença entre as várias opções de investimento financeiro disponíveis diz respeito ao risco ao qual o investidor está se expondo. Existem investimentos de baixo risco e investimentos de risco mais elevado. Os investimentos de maior risco possuem uma expectativa de oferecer retornos maiores, mas podem estar sujeitos a perdas de valor, especialmente no curto prazo. 
FRASE
" A economia é uma escolha entre alternativas o tempo todo."

Paul Samuelson, economista norte-americano

Baixo Risco
Os investimentos de baixo risco são os mais tradicionais e conservadores, incluindo a caderneta de poupança, certificados de depósito bancário (CDB), fundos de renda fixa, fundos DI, aplicações no Tesouro Direto, e alternativas relativamente mais novas como as LCI (letras de crédito imobiliário) e LCA (letras de crédito do agronegócio). 

Renda Fixa
Estes são chamados de investimentos de baixo risco, pois o investidor já sabe de antemão mais ou menos quanto irá ganhar com a aplicação. Não há risco de obter um valor muito diferente. A poupança está pagando 0,68% ao mês. O investidor sabe que receberá algo em torno desse valor (algo entre 0,65% e 0,72%). Não há risco de que o dinheiro aplicado tenha uma rentabilidade menor do que 0,60% e, por outro lado, também não há chance de ganhar mais do que 0,75%.

Renda Variável
Nos investimentos de risco, o investidor não sabe quanto o seu dinheiro irá render. Existe uma expectativa de ganhos, baseada no histórico e no momento econômico atual, mas a rentabilidade real pode ser bem menor (ou maior) do que a esperada, podendo ainda ser negativa. Ou seja, existe a possibilidade de que se perca uma parte do dinheiro aplicado. 

Renda Variável 2
O investimento em ações, seja ele feito diretamente por meio de uma corretora, ou de maneira indireta através de fundos de investimento, é o exemplo clássico de investimento de renda variável. Mas também existem outros exemplos, como investimentos em moeda estrangeira, onde a rentabilidade é a diferença da cotação da moeda de referência na data de aplicação e na data de resgate. 

Multimercado
Outra alternativa oferecida pelos bancos aos seus clientes são os fundos multimercado. Esses fundos aplicam o dinheiro dos investidores em ativos de diferentes naturezas, buscando uma combinação entre ativos de renda fixa e de renda variável que aumente a expectativa de retorno e diminua a exposição ao risco. Mas, no fim das contas, são também investimentos de risco e os resultados obtidos dependem da habilidade do gestor na escolha dos ativos. 

Perfil
Além do risco em relação à rentabilidade, existem diversas outras diferenças entre os investimentos financeiros disponíveis. Existem diferenças de tributação (poupança, LCI e LCA são isentos, por exemplo), diferenças de liquidez (se é possível ou não resgatar o investimento a qualquer momento), montantes mínimos a serem investidos, etc. A escolha da melhor opção depende sempre do perfil de cada investidor. 

Regra de Ouro
Como regra de ouro a ser seguida, recomenda-se que o investidor mantenha sempre uma reserva de segurança em renda fixa, para cobrir eventualidades. De maneira geral, essa reserva deve ter um volume capaz de cobrir no mínimo 6 meses de despesas. Portanto, se você tem uma despesa mensal de R$ 10 mil, deveria ter pelo menos R$ 60 mil investidos em renda fixa. Esse é o primeiro passo e só a partir daí deve-se preocupar com outras possibilidades de investimento. 

Mande você também sua questão ou sugestão de tema para o e-mail estefano.barioni@gmail.com ou xeque.mate.economia@gmail.com.